Por Tiago Carvalho Araújo (*)

A evolução da Inteligência Artificial (AI) está a transformar profundamente o mercado de trabalho, acelerando novas dinâmicas de colaboração, aprendizagem e inovação. Neste contexto, os espaços de coworking e flex offices posicionam-se como ambientes-chave para integrar a AI de forma transversal e inclusiva em diversas áreas profissionais.

Com a crescente adoção de AI, empresas e profissionais enfrentam o desafio de se adaptarem rapidamente às exigências de um mundo em transformação. Os coworkings, pela sua natureza flexível e altamente colaborativa, tornam-se espaços férteis para a experimentação, a aprendizagem e a criação de soluções inovadoras. É neste cruzamento de perfis e experiências que reside um dos maiores trunfos dos coworkings: a troca constante de ideias entre pessoas com conhecimentos distintos, algo essencial no desenvolvimento de aplicações reais e humanas de AI.

Outro ponto central é o acesso democrático à tecnologia e ao conhecimento. Nem todos os profissionais ou equipas têm acesso a ferramentas avançadas ou ambientes preparados para explorar o potencial da AI. Nestes espaços, essa barreira é quebrada — seja através de eventos, formações, comunidade ou infraestrutura, o coworking transforma-se num laboratório vivo de aprendizagem e aplicação da tecnologia.

Além disso, os coworkings funcionam como verdadeiras plataformas de acesso global a talento. Num mundo cada vez mais descentralizado, onde o trabalho híbrido se impõe, estes espaços permitem que o talento certo se conecte ao desafio certo — independentemente da localização geográfica ou background. A diversidade de pessoas, culturas e áreas de especialização cria um ambiente único, onde a inovação não é só incentivada — é inevitável.

Ao mesmo tempo, estes ecossistemas permitem uma ponte direta entre empresas tradicionais e startups ou especialistas em AI, criando sinergias que facilitam a transição digital e promovem a inovação de forma ágil e sustentável.

A AI é, acima de tudo, uma ferramenta que liberta tempo, aumenta a produtividade e melhora a tomada de decisão. Tal como os coworkings nos oferecem liberdade para trabalhar onde e como quisermos, a AI dá-nos liberdade para pensar mais longe e decidir melhor.

Em suma, os espaços de coworking e os flex offices não são apenas locais de trabalho partilhado — são motores de transformação tecnológica e social, verdadeiros facilitadores da democratização e evolução de tecnologia. Num futuro onde a colaboração é a chave, estes espaços serão o terreno fértil onde o humano e o tecnológico caminham lado a lado.

(*) CEO e Co-founder da Dehouse