Kris Kolo é o diretor executivo da VR/RA Association que na semana passada organizou a conferência global VR/AR Global Summit Online, 24 horas online, durante três dias, em três fusos horários, contando com mais de 12 mil participantes. Pelo meio ainda teve tempo para conseguir responder a algumas perguntas do SAPO TEK, e partilhar o seu entusiasmo e visão sobre o crescimento das tecnologias emersivas, o impacto da pandemia da COVID-19 e as expectativas com o 5G.
“No último ano a Realidade Aumentada tornou-se mainstream com os efeitos AR do Facebook/Snapchat/Instagram/TikTok e é a solução de marketing mais envolvente para as marcas”, explicou Kris Kolo, fazendo uma perspetiva para a forma acelerada como o contexto está a mudar. Também a Realidade Virtual ganha espaço nas empresas e nas escolas.
“Muitas organizações, de gigantes como a Walmart a pequenas empresas, usam a Realidade Virtual na formação e treino dos seus colaboradores, e a RV é também muito popular em escolas no contexto educativo”, salienta.
O crescimento e o potencial são também evidentes do lado do consumo que saliente a redução de preço e qualidade dos conteúdos como impulsionadores de uma revolução em progresso. “Vamos comparar os headsets de VR a consolas de jogos como a PlayStation da Sony ou a Xbox da Microsoft. Demorou anos a cada uma das empresas para conseguirem vender milhões destes equipamentos que entretanto se tornaram comuns na maioria das casas”, afirma Kris Kolo. Os headsets de RV estão a tornar-se mas baratos, melhores tecnicamente e com melhor conteúdo mas mesmo assim “vai demorar mais alguns anos primeiro que assistamos a uma adoção do grande consumo à realidade virtual.
Tal como acontece com a transformação digital, onde a pandemia da COVID-19 é vista como um grande acelerador, na tecnologia imersiva isso também acontece. “Com a COVID-19 acho que mais pessoas fazem agora ‘Realidade Virtual Social’ porque se sentem isoladas em casa e sozinhas, e querem encontrar-se com outras pessoas de uma forma segura. E a Realidade Virtual é de facto uma excelente solução social para manter a ‘distância social’”, refere o diretor executivo da VR/RA Association.
Onde está o dinheiro na Realidade Aumentada e Virtual?
O principal investimento nas tecnologias imersivas está a vir do lado das soluções industriais e é aqui que Kris Kolo admite que haverá maior retorno do investimento (ROI). As ferramentas de colaboração remota estão a crescer, e muitas empresas perceberam que o teletrabalho pode tornar-se o novo normal, com as videoconferências a destacarem-se, o que pode ser uma nova oportunidade de desenvolvimento para a realidade virtual e aumentada.
O potencial do 5G não foi esquecido, e o executivo que acumula vários anos de experiência nesta área lembra que a tecnologia de rede de nova geração vai permitir a mobilidade e “ter RA/RV com mais dados, mais capacidade e mais velocidade”, a que se junta a baixa latência necessária em aplicações críticas, como por exemplo as cirurgias à distância.
É com expectativas positivas que Kris Kolo olha para o novo cenário que se apresenta para as tecnologias imersivas, reconhecendo o seu potencial de crescimento também em Portugal, onde a VRARA Portugal lista já mais de 100 empresas a trabalhar neste segmento. Esta foi uma das razões pela qual Portugal tinha sido escolhido para realizar o Summit, que acabou por decorrer online e que agora pode ser revisitado através das várias talks e debates que foram gravados e que estão disponíveis online.
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