A HP anunciou recentemente várias mudanças nas lideranças da subsidiária nacional. A área de PSG - Personal Systems Group, a maior unidade de negócio do grupo, está entre as que têm novo comando.- Passou a ser controlada por Manuel Correia.


O TeK falou com o responsável e quis saber o que está a empresa a preparar para 2012 em Portugal e como encara a concorrência nos segmentos que dão hoje maior dinamismo ao mercado dos PCs e que trouxeram ao terreno um conjunto de novas empresas.


Quais são as apostas estratégicas da HP para as diferentes áreas do mercado e como comenta a empresa a perda de terreno nos portáteis dirigidos ao segmento de consumo, também foram temas de conversa.


TeK: Quais são os grandes objetivos da HP para 2012 na área de PSG?

Manuel Correia:
A HP é líder mundial da indústria de computação pessoal, pelo que o objetivo em Portugal passa pela liderança da marca HP em todos os segmentos e produtos, pela preferência dos clientes pela marca HP e pela rentabilidade da operação local.


TeK: Quanto representa esta área de negócio na filial portuguesa e que performance está a ter, tendo em conta a enorme concorrência neste mercado?

Manuel Correia:
A área de PSG na HP representa entre 30-35% do volume total de negócio, sendo a área de negócio mais representativa da companhia.


TeK: Os números mais recentes da IDC mostram uma HP a afastar-se da liderança no mercado dos portáteis (creio que em 3º lugar). A empresa também não assegura hoje uma oferta forte na área emergente dos tablets que, tal como os portáteis, são os garantes de alguma dinâmica num mercado de PCs em queda. Como comenta estes factos?

Manuel Correia:
A HP tem no seu DNA ser líder nos mercados em que está presente, em todos os segmentos e linhas de produto, o que significa ser o fabricante #1 ou #2 e isso acontece em Portugal com a exceção da área dos portáteis de consumo.

Esta área - portáteis de consumo - apresenta um grande dinamismo dos diferentes intervenientes e onde o principal driver de decisão em Portugal se tornou o preço. Este fator leva a que o líder de mercado alterne entre as marcas que colocam no mercado uma oferta competitiva pelo preço, e não necessariamente a tecnologia mais recente ou as funcionalidades mais interessantes para os diferentes tipos de utilização. Pensamos que à medida que o mercado se tornar mais maduro, à semelhança do que ocorre em outros países, os consumidores irão valorizar mais aspetos como a qualidade de construção, as funcionalidades de segurança, multimédia, etc.
Nos restantes segmentos (grandes empresas, PMEs) e linhas de produtos (desktops, workstations a HP é líder.
Quanto à questão dos tablets, a HP anunciou na semana passada o futuro para o WebOS sem revelar para já planos para pads, slates ou tablets de consumo. De qualquer forma, a HP está no mercado empresarial com a oferta de Tablet "Slate 2", que pretende no futuro tirar partido do Windows 8.
Também é minha convicção que a HP, pelo que representa neste mercado, irá ter mais uma solução de tablet no seu portefólio. No entanto, este não é o único motor de crescimento. Existem outros, tais como as soluções de virtualização, o digital signage, que também ajudam a manter o equilíbrio do negócio.

[caption]Manuel Correia - HP[/caption]

TeK: Em termos de produtos, que principais apostas está a HP a alinhar para o final deste ano e para 2012, para o mercado português?

Manuel Correia:
Na área profissional vamos manter os padrões que nos caracterizam, de estabilidade, resiliência, qualidade e excelência do serviço. As maiores novidades aparecerão, como já é habitual, na Primavera de 2012.
Na área de consumo, continuamos a apostar também na diferenciação pelo design e qualidade dos produtos, onde se destacam as linhas dv6, dm1 e Envy.
Existem também algumas novidades muito interessantes ao nível dos "All-in-one", que têm tido uma aceitação muito interessante, quer no mercado de consumo quer no profissional.
Vamos também introduzir em 2012 a nossa linha de ultrabooks.



TeK: Todas as mudanças de liderança que a HP anunciou em Portugal nas últimas semanas vão também traduzir alterações importantes à estratégia, ou nem por isso?

Manuel Correia:
A função da equipa de management local é adaptar a estratégia corporativa à realidade local. Seguramente que essa adaptação depende sempre das pessoas que a executam. Portanto, não existem alterações à estratégia da HP, mas irão com certeza existir formas diferentes de a interpretar localmente, de forma a sermos mais eficientes e competitivos.



TeK: Como vê o mercado de PCs daqui a dois anos. Há quem diga que há algum exagero em torno das previsões sobre o impacto dos tablets neste mercado. Assistimos por outro lado ao "nascimento" de uma nova linha de produtos, os ultrabooks… Daqui a dois anos o que vai dominar o mercado?

Manuel Correia:
Não acredito muito em previsões de revolução total ("A morte do Mainframe", "O declínio dos PC's"...). Acredito em tendências. Estamos de facto num período de transformação do mercado. Quer em volume (mercado em contração), quer na introdução de novos segmentos de produtos com forte crescimento (tablets, thin clients, ultrabooks).

O nosso papel é estar atento a estas tendências e saber aproveitá-las de forma a liderar. Como empresa resiliente e que atua no mercado com uma visão de médio/longo prazo, não nos interessa estar nas "modas" (vidé netbooks), mas sim naquilo que vai ditar o futuro deste mercado. E é isso que estamos a fazer.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Cristina A. Ferreira