Por Filipe Guerreiro (*)
Atualmente, o mercado exige às organizações que se queriam manter relevantes, uma maior agilidade, eficiência e capacidade de disrupção dos seus negócios mais tradicionais.
A mudança de comportamento das pessoas - clientes ou colaboradores - obriga a respostas diferenciadas (a qualquer momento, local ou canal), bem como uma maior rapidez, proatividade e personalização.
Tendo em conta a realidade atual descrita e a pressão que as organizações têm para fazer cada vez mais com menos, a relevância da digitalização dos seus processos de negócio e de potenciarem os seus dados é cada vez maior.
Como complemento à descrição da realidade atual, e em antevisão a um futuro que, de acordo com a Gartner, será marcado, já em 2023, por um crescimento de 25% das plataformas de desenvolvimento de low-code, existem métricas que refletem bem alguns dos principais desafios. A IDC, por exemplo, corrobora a previsão da Gartner ao afirmar que serão desenvolvidas mais aplicações nos próximos 5 anos do que nos últimos 40 anos, e que, além deste aumento, a dinâmica atual dos negócios não se coaduna com ciclos de entrega de funcionalidades em meses, mas sim em dias ou até horas; prevendo, também, que em 2025 exista, no mundo, um défice de mais de 4 milhões de profissionais de desenvolvimento de software, em que as organizações além de não conseguirem contratar para suprir as necessidades terão de manter as suas equipas atuais.
Estes desafios podem ser minimizados através da adoção generalizada de plataformas de low-code/no-code que permitem alargar o espectro de perfis de colaboradores que através da tecnologia e aliado ao seu atual conhecimento dos processos de negócio podem endereçar os mesmos.
A utilização generalizada destas plataformas traz uma mudança de paradigma tecnológico, sendo que vem democratizar o acesso (a qualquer pessoa – os chamados Citizen Developers) para poderem desenvolver aplicações, agentes virtuais, analisar e visualizar dados, automatizar e analisar processos. As vantagens da utilização destas plataformas são inúmeras, seja na maior rapidez na resolução de necessidades, maior proximidade com o desafio de negócio ou maior capacidade de inovação e disrupção. Surgem, por outro lado, desafios, como a segurança da informação, reutilização, escalabilidade e integração que devem ser endereçados logo no início da jornada de adoção deste tipo de plataformas.
Paralelamente, as empresas vêm-se obrigadas a uma mudança cultural e organizacional, com a revisão dos modelos tradicionais de governança e formação, bem como a relação entre as Tecnologias de Informação (TI) e o negócio. É importante as organizações refletirem que modelo se adequa melhor à sua necessidade – desde o centralizado ao descentralizado –, bem como garantir a utilização segura e em conformidade com a plataforma e capacitar quem vive de perto os desafios e realidade do negócio no dia-a-dia.
Com este novo paradigma, as TI aumentam a sua relevância por se poderem relevar num verdadeiro parceiro do negócio, ao proporcionar ferramentas que acelerem a transformação, em segurança, de forma escalável e integrada. Esta nova realidade estimula, também, a criação de equipas de trabalho híbridas onde as capacidades dos citizen developers se completam com colaboradores com maior conhecimento tecnológico e criam, ainda, maior valor para a organização e reforçam a união entre departamentos.
Há casos verdadeiramente inspiradores da mudança originada pelas plataformas low-code/no-code, onde pessoas que tinham profissões pouco ou nada relacionadas com a vertente tecnológica e que, através da Power Platform, conseguiram criar impacto nas suas empresas, nos seus clientes e até na sua própria carreira profissional.
Por exemplo, a plataforma de low-code do português Edgar Simões, desenvolvida a partir do Power Pages, ajudou a conectar refugiados ucranianos a entidades que aceitam doações em tempo real. Mesmo sem quase conhecimentos em programação, HTML ou web, Edgar criou um site em poucos dias que chegou, inclusive, a ser destacado por Satya Nadella, CEO da Microsoft, na última edição do Microsoft Build.
As plataformas de low-code/no-code como a Power Platform são, assim, uma grande oportunidade a não ser desperdiçada para o sucesso da transformação digital das pessoas e empresas. É, no entanto, muito importante acautelar um modelo de governance e de formação robusto e adequado, bem como um verdadeiro entendimento e parceria entre as TI e o negócio das organizações.
No maior evento de transformação digital do país, o Building The Future (que vai ter lugar no dia 25 e 26 de janeiro de 2023), iremos demonstrar casos práticos de sucesso e de verdadeira transformação bem como debater as oportunidades e desafios de quem adota este tipo de plataformas como a Power Platfom da Microsoft. O acesso online será, pela primeira vez, gratuito, e, assim, uma excelente oportunidade para apostar na formação nesta e noutras áreas emergentes.
(*) Entreprise Sales Executive da Microsoft Portugal
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