O que é, afinal o Business Analysis?

Por António Fernandes *



Na prática, é o processo através do qual as empresas ficam habilitadas a apostar apenas nos bons projectos e assegurar que essas opções são executadas com rigor, através de uma correcta identificação, análise e definição de requisitos, garantindo assim maior previsibilidade na gestão do orçamento e dos prazos e redução do enorme rework em projetos, assegurando igualmente o aumento da satisfação dos seus clientes internos e externos.


O mundo da gestão tem-nos premiado com inúmeras buzzwords, modas, técnicas, tendências, instrumentos, ferramentas e um sem número de hipóteses de trabalho com um único objectivo: Melhorar o desempenho das empresas e das pessoas num ambiente cada vez mais exigente e competitivo.

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Entre esta miríade de hipóteses que são colocadas ao serviço dos gestores, há, neste momento, uma que se destaca pela sua capacidade de gerar previsibilidade nas decisões e que, por isso, está a transformar a vida das empresas. Trata-se do Business Analysis, uma especialização emanada da Gestão de Projecto e que em Portugal tem ainda apenas 11 consultores certificados pelo IIBA (Internacional Institute of Business Analysis), o qual desenvolveu o BABOK (Business Analysis Body of Knowledge).


Os benefícios para as Organizações que adoptam a metodologia de Businesss Analysis são de vária ordem. Desde logo, conseguem desenvolver soluções que respondem de facto aos problemas, reduzem de forma considerável o rework nos projectos, reduzem os custos e prazos dos projectos, conseguem o buy-in da organização na mudança, o aumento da satisfação dos stakeholders e a normalização dos processos. Mas, acima de tudo, conseguem duas outras coisas fundamentais para o contexto económico actual. Imprimem previsibilidade aos projectos e diminuem consideravelmente o risco de insucesso.


Para isso, o Business Analysis tem de superar dois desafios centrais: Um, é o de fazer o rigoroso levantamento do problema de negócio, assegurando a sua racional (e não emocional) justificação; outro o de, avaliando o impacto de uma iniciativa nos processos, nas aplicações, nas tecnologias e na estrutura organizacional, detalhar os requisitos auscultando os diversos stakeholders para selecionar a melhor solução possível, que assegure o alcançar do problema de negócio identificado.


A implementação de uma metodologia transversal de Business Analysis exige o enfoque no tema da justificação de cada iniciativa (e medição dos seus benefícios reais em exploração) e dos Requisitos / Análise Funcional, exigindo adequação à realidade e necessidades específicas de cada organização.


Em Portugal, a Banca e o sector financeiro em geral têm sido os sectores que mais têm recorrido ao Business Analysis, embora haja já outros sectores que compreenderam o potencial deste instrumento de gestão e estão já adoptá-lo. Empresas dos sectores dos transportes, da distribuição ou do retalho, fazem parte de um portfolio de organizações que tenderá a aumentar ao longo dos próximos anos.


Neste contexto, a especialização em Business Analysis é uma opção muito atractiva para quem pretende desenvolver uma carreira na área da consultoria. O processo de certificação é exigente, mas as perspectivas de crescimento profissional compensam esse investimento pessoal em tempo e dedicação. Para as empresas, também é fundamental dotarem os seus colaboradores-chave com know how em Business Analysis. Desta forma, conseguem, para além da melhor integração com os consultores externos, a manutenção de uma filosofia de projecto orientada para a escolha dos melhores projectos, pois são os que garantem o sucesso de forma sustentada ao longo do tempo aliada ao aumento considerável da satisfação dos clientes internos e externos.



* Partner da Winning Consulting