Por Miguel Marques (*) 

O ponto de partida para o recrutamento em grandes empresas são os ATS [Applicant Tracking Systems]. Com a entrada dos ATS no mercado de trabalho as empresas reduziram o tempo despendido em processos rotineiros, manuais e ineficientes e passaram a concentrar-se nos aspectos mais humanos do recrutamento.

Os ATS mataram as chamadas “base de dados” em folhas de Excel (e as várias versões das mesmas), arruinaram os anexos dos e-mails e exterminaram os ladrões de processos de recrutamento.

Os ATS trazem a informação centralizada num único ponto, acedível de qualquer lado, atualizada em tempo real, comunicada a quem de interesse e como consequência menos dependente do recrutador.

Mas isto é o mínimo. Hoje as empresas têm um volume grande de tarefas de recrutamento rotineiras que gostavam de automatizar, o próximo passo é aplicar AI [Artificial Intelligence] sobre os ATS.

A AI começa por automatizar processos rotineiros em grande volume e acaba a encaminhar os recrutadores. Vai realizar leituras de candidaturas espontâneas, leituras de entrevistas pessoais, leituras de avaliações técnicas, leituras de descrição de oportunidades e até vai automatizar o match making entre os candidatos e a oportunidade. Mas não se fica por aqui.

A AI também traz ao recrutamento os chamados modelos preditivos. Orientar o recrutador para onde ele deverá investir o seu tempo, em que perfis, em que projectos e em que clientes. Medir com grande precisão a probabilidade de sucesso em qualquer passo do processo de recrutamento, por exemplo numa qualificação, é outro dos benefícios que a AI oferece.

Mas a AI necessita de informação para além da que está no CV, como dados da empresa em que o candidato esteve a trabalhar, para que a machine learning possa melhorar os seus modelos preditivos. E além disso necessita do feedback humano sobre os resultados das suas previsões para que esta melhore o seu modelo preditivo.

Em suma, acelerar o recrutamento nas empresas através de processos automatizados vai reduzir o “time-to-hire”, que por consequência reduz a probabilidade de perder os melhores talentos do mercado para a concorrência.

O Key.work surgiu da necessidade interna da Affinity melhorar os seus processos de gestão na área de Outsourcing. No mercado já existiam vários ATS, competentes e capazes de melhorar o nosso recrutamento, mas era vital uma ferramenta que fosse muito para além disso e o Key.work é muito mais que um simples ATS.

O Key.work é um ESM Enterprise Sourcing Management Tool que oferece a gestão dos processos de uma empresa de Outsourcing ou de uma empresa que recorre ao outsourcing, desde a fase de recrutamento do candidato até à gestão de carreira do colaborador.

O desenvolvimento de um produto como o Key.work foi uma aventura fortemente influenciada pelas boas práticas e metodologias de uma empresa que respira diariamente recrutamento de talento.

(*) Affinity Head of Technologies