Por Henrique Jorge (*)

 A história repete-se. O Universo cria-se e destrói-se repetida e infinitivamente num ciclo de "Big Bang" e "Big Crunch"! Tudo o que está sob este lema, também se repete.

Bem-vindos ao maravilhoso mundo da repetição sem aprendizagem.

Repetimos tudo, mas cometemos os mesmos erros; de cores diferentes, mas os mesmos erros! Porquê?

Não, não posso estar aqui a responder a algo que também desconheço; chega de especulação!

Vivemos uma nova corrida ao ouro! Desta vez, o ouro chama-se Inteligência Artificial.

A "Explosão de Inteligência", como lhe chamo, tem sido de facto explosiva e particularmente nefasta para quem nela trabalha, a modo de escravo. Está tão acelerada que a pressão sobre os mais conhecedores da tecnologia em geral chega a ser desumana. Desumana ao ponto de tentar tornar "humanas" as IAs. Ou seja, vamos substituir os actuais humanos por estes novos seres artificiais, mais inteligentes e eficazes.

Estamos a tornar os humanos mais pragmáticos, como se isso fosse realmente a solução para os "defeitos" humanos!

Ai, ai, ai.

O ritmo insustentável a que os verdadeiros "soldados da IA" estão sujeitos pelos seus "Generais" está a causar um caos invisível, inadmissível pela sociedade — se esta soubesse desta realidade —, mas visto como necessário para atingir o objectivo da corrida!

Uso estas insígnias militares porque, na realidade, trata-se de uma guerra. A humanidade, no seu silêncio tão ruidoso, está em guerra. No início da década de 90, quando percebi que se aproximava uma revolução (Internet), imaginei uma sociedade confusa com todos os avanços e rejeições dos mesmos.

Esta corrida desenfreada está a causar transtorno para que os principais ‘players’ da IA se mantenham competitivos. Esta onda de choque está a atingir a indústria da tecnologia e, por extensão, a sociedade em geral, ainda que esta, tão distraída que anda, não o perceba!

Nada contra a sociedade — da qual eu também faço parte, obviamente —, mas a distracção daqueles que podem ter um papel preponderante nesta fase decisiva do que será o futuro, pode ser fatal. Por isso, permitam-me apelar a quem pode legislar: estudem tudo isto muito bem, muito bem mesmo, e depois decidam... BEM.

(*) Fundador e CEO da SSelf

Nota: Este artigo não obedece, propositadamente, ao Novo Acordo Ortográfico.