Por Nuno Breda (*)

O setor de pagamentos digitais está em crescimento. O que temos observado na IFTHENPAY, em 2022 face a período homólogo ao ano passado, é um crescimento até agora superior a 18% no volume de pagamentos.

Quanto a tendências, estamos a observar que tudo cresce no mobile, pois cada vez mais as pessoas fazem as suas compras online no smartphone. Assim, o meio de pagamento que está a ter mais crescimento é o MB Way.

Logo de seguida, verificamos o crescimento dos cartões Visa e Mastercard, sejam cartões de débito ou de crédito. O facto de serem métodos internacionais, faz com que um cliente que esteja no estrangeiro, seja ele particular ou empresa, tenha forma de pagar facilmente. Assim, estamos a ajudar os nossos clientes a exportar. Temos de todos os casos: desde empresas que vendem artigos de mercearia para o estrangeiro, como empresas portuguesas que vendem equipamentos para aviões da força aérea dos EUA e para receberem dezenas de milhares de euros de uma só venda, usam o nosso sistema Pay By Link, para que o cliente estrangeiro consiga pagar facilmente. E sendo cartão de crédito, caso não haja saldo à ordem, mas que exista plafond, funciona na mesma. Ou seja, para vendas a clientes estrangeiros, e mesmo a nacionais, é a melhor solução.

E claro, a Referência Multibanco também continua a correr muito bem. Seja nos pagamentos particulares, seja nos pagamentos empresariais, o facto de estar muito enraizado nos portugueses, faz com que continue a ser muito usada. Se a pessoa está no computador, é portuguesa e a comprar em um website em Portugal, há uma boa possibilidade de usar Referência Multibanco.

Guerra da Ucrânia ameaça crescimento da economia, mas o seu fim pode trazer novas oportunidades

Quanto à guerra, começo por dizer que é uma tragédia humana inexplicável, e que lamentamos os acontecimentos. Isto é um retrocesso civilizacional, o que se traduz num retrocesso da maior parte das empresas e naturalmente dos particulares. Em Portugal ainda estamos em bom crescimento, mesmos nos meses da guerra, pois uma boa parte das pessoas ainda têm o benefício do reembolso de IRS e de Subsídio de Férias.

Mas, com o aumento dos preços generalizados, incluindo alimentos e combustíveis, e aumento de taxas de juro na habitação e consequente prestação, tudo isso vai fazer diminuir o rendimento disponível de uma boa parte dos particulares. E notemos que em Portugal e no resto da União Europeia, já há muitas empresas paradas, por causa dos custos do gás industrial. Em Portugal ainda não se nota muito, pois estão em lay-off, e os rendimentos dos particulares ainda existem embora com redução. Parece-nos que a partir de setembro, uma boa parte dos cidadãos portugueses e europeus, vai sentir muito este efeito, mesmo que a guerra parasse agora. Então, se a guerra continuar, será ainda mais desafiante. A guerra ainda agrava mais o problema ambiental das alterações climáticas, que quanto a nós, é o maior problema a prazo que a Humanidade enfrenta. A guerra, e todos os seus efeitos, ainda está a agravar mais.

No entanto, como se costuma dizer, “não há bem que sempre dure, nem mal que nunca acabe”. A guerra irá acabar, acreditemos que seja o mais breve possível, e aí também será oportunidade de retoma e crescimento para muitas empresas, e queremos acreditar nós de uma forma muito mais verde e ecológica!

(*) Co-CEO da IFTHENPAY