Por Francisco Jaime Quesado (*)

O Novo Ano vai ser um ano desafiante. A sociedade portuguesa procura um novo encontro com o futuro e impõe-se um sentido de urgência na emancipação cívica do país. Por isso é tempo de um novo contrato de confiança estratégico centrado numa nova ambição competitiva para o país. Trata-se dum Desafio de Concertação Estratégica, em que a aposta na participação e a valorização das competências, numa lógica colaborativa, têm que ser as chaves da diferença. Inovação e Tecnologia serão palavras centrais nesta Agenda para o Futuro. Aqui vão os principais  desafios para 2019:

1 -  O desafio da inclusão social – Um país moderno tem que saber integrar de forma positiva os seus cidadãos. A coesão social faz-se pela participação construtiva e tem que haver uma atitude clara de mobilização para esse esforço nacional de convergência de actuação. A educação na escola tem que forçar a pedagogia e a prática da integração dos desfavorecidos, imigrantes, todos aqueles com défices operativos de participação; têm que ser dinamizadas “acções de demonstração” do apoio à vontade do contributo de todos. Um Programa para a Inclusão Social tem que saber “integrar de facto”.

2 – O desafio da  nova competitividade  – Está mais do que consolidada a mensagem da urgência da dimensão tecnológica na matriz de desenvolvimento nacional. Um Programa para a Competitividade tem que forçar dinâmicas efectivas de aposta na tecnologia, seja ao nível a concepção de ideias novas de serviços e produtos, seja ao nível da operacionalização de centros modernos rentáveis de produção, seja sobretudo ao nível da construção e participação activa em redes internacionais de comercialização e transacção de produtos e serviços.

3 – O desafio da excelência territorial – Portugal tem uma oportunidade única de potenciar um novo paradigma de cidades médias, voltadas para a qualidade, a criatividade, a sustentabilidade ecológica. Verdadeiros centros de modernidade participativa, que façam esquecer a dinâmica asfixiante das “âncoras comerciais” que são os modernos shoppings que dominam o país. Um Programa Territorial para a Modernidade é vital para dar conteúdo estratégico à ocupação das cidades médias e à nova vontade de também saber apostar no interior.

4 – O desafio da  dimensão cultural – Portugal tem uma forte cultura alicerçada no potencial histórico da língua. É um activo único. Um Programa Intelectual da Cultura Portuguesa tem que saber dinamizar de facto nos grandes circuitos internacionais a apetência pela prática e consumo dos muitos “produtos culturais” nacionais disponíveis. A “cultura da língua portuguesa” tem que ajudar na criação de valor para o nosso país.

5 – O desafio da maioridade cívica – Tudo passa por no principio e no fim saber estar e participar. Impõe-se para Portugal uma cultura de participação cívica activa positiva. É assim que se faz a riqueza da matriz europeia. É assim que se tem consolidar a actuação dos grandes objectivos para este novo ciclo de “integração europeia”.

Estes cinco “eixos estratégicos” constituem referenciais centrais duma Matriz de Modernidade Participativa e Operativa para o país e claramente que o próximo ano deverá ser capaz de mobilizar os diferentes actores económicos e sociais para a sua convergência. O “Novo Paradigma” que se pretende para o país merece por isso pensamento estratégico mas sobretudo capacidade de monitorização sobre os efeitos da “aposta da excelência” no reforço da coesão nacional. Uma Agenda que se pretende voltada para o futuro!

(*) Economista e Gestor – Especialista em Inovação e Competitividade