Por Felicidade Ferreira (*)

Imaginemos um mundo onde as decisões empresariais mais complexas são tomadas com a precisão de um cirurgião e com a velocidade de um atleta olímpico. Parece impossível, mas é hoje uma realidade possibilitada pela GenAI, ou inteligência artificial (IA) generativa em português. Esta tecnologia inovadora está a transformar a gestão empresarial, oferecendo soluções que vão além da simples automação de tarefas repetitivas.

A IA generativa distingue-se pela capacidade de aprender e adaptar-se, fornecendo respostas e soluções personalizadas em tempo real. Ao contrário dos sistemas tradicionais, que dependem de dados pré-programados, a IA generativa evolui em cada interação, tornando-se mais eficiente e precisa. Imagine um contabilista que, em vez de passar horas a comparar documentos fiscais, obtém respostas precisas e instantâneas através de uma simples pergunta. Ou pensemos num gestor de recursos humanos que vê os parâmetros salariais atualizados automaticamente assim que há uma mudança nas leis laborais. Esta é a promessa da IA generativa: reduzir a carga de trabalho manual e aumentar a precisão das operações.

Mas a verdadeira magia da IA generativa reside na personalização. As ferramentas que utilizam user prompts e aprendizagem por reforço estão a revolucionar a forma como interagimos com os sistemas empresariais. Estas tecnologias permitem a criação de agentes virtuais inteligentes que aprendem e ajustam-se continuamente com base no feedback do utilizador. Imagine um assistente virtual que não só responde às perguntas de forma precisa, mas também antecipa as necessidades futuras, oferecendo soluções antes mesmo de os gestores se aperceberem que precisam delas. Esta capacidade de adaptação contínua traz ganhos significativos a nível de eficiência e cria uma experiência de utilizador mais positiva e produtiva, reforçando a fidelização dos clientes

A integração da IA generativa nos processos empresariais é muito mais do uma evolução tecnológica: é uma transformação essencial. Num mercado saturado de opções, a IA permite uma hiperpersonalização da experiência do utilizador, algo crucial para as empresas se destacarem da concorrência. Ao prever e responder às necessidades únicas de cada cliente, as empresas conseguem melhorar a satisfação do utilizador e ainda posicionarem-se na vanguarda da inovação tecnológica. Esta capacidade de oferecer experiências verdadeiramente personalizadas pode ser um diferenciador competitivo significativo, transformando clientes satisfeitos em embaixadores leais da marca.

No entanto, a implementação da IA generativa não está isenta de desafios. A supervisão humana continua a ser essencial para garantir que a IA funcione corretamente e de forma ética. Qualquer falha na IA pode ter consequências graves, especialmente em áreas sujeitas a regulamentações rigorosas, como é o caso da contabilidade ou do processamento salarial. Assim, o equilíbrio entre automação e supervisão humana é fundamental.

Em suma, a IA generativa oferece um potencial transformador para a gestão empresarial. Ao automatizar tarefas rotineiras e maximizar a personalização, a IA aumenta a eficiência das operações e proporciona uma experiência de utilizador distinta e superior. No entanto, a supervisão humana continua a ser indispensável para garantir que esta tecnologia é implementada de forma ética e eficaz. Como referi anteriormente, a integração da IA é muito mais do que uma evolução tecnológica: é uma revolução na forma como as empresas operem, inovam e competem no mercado.

Assim, ao olharmos para o futuro, uma coisa é certa: a IA não é apenas uma ferramenta, mas sim um verdadeiro parceiro de negócios, pronto para elevar a gestão empresarial a novos patamares de eficiência e inovação.

(*) Diretora da Unidade de Negócio Pequenas e Médias Empresas na Cegid em Portugal e Cabo Verde