Monitorização Sintética... não é só para quem começa!

Por Rodrigo Pascoal (*)

Quem gere aplicações críticas para o negócio conhece bem a dificuldade que é garantir e aferir constantemente o seu desempenho e disponibilidade, independentemente de alguém as estar a utilizar ou não.

A monitorização sintética permite exercitar continuamente as aplicações e assim identificar os problemas antes dos utilizadores, permitindo reagir mais rapidamente e minimizar o impacto no negócio. No entanto, com frequência, associa-se este tipo de monitorização a um nível de maturidade inferior nas TI empresariais relativamente à capacidade de executar convenientemente uma gestão do desempenho aplicacional.

Isso acontece porque, tipicamente, é utilizada como um dos pontos de partida na estratégia das organizações que decidem efectuar uma análise cuidada aos seus níveis de serviço aplicacional.

No entanto, a sua utilidade não se esgota neste primeiro passo e a contribuição pode e deve ser significativa no percurso evolutivo dessas mesmas organizações, quer na melhoria daqueles níveis de serviço, quer no diagnóstico dos seus problemas de desempenho.

Mas de que forma?

A funcionalidade base da monitorização sintética é a de permitir perceber, de uma forma controlada e repetitiva, a disponibilidade e o desempenho das transacções de negócio mais críticas.



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Esta necessidade, que nunca desaparece, torna-se ainda mais importante à medida que as organizações evoluem para novas plataformas e mercados e necessitam conhecer qual o impacto dessas mudanças na forma como prestam o serviço.

Muitas vezes, as aplicações executam-se em ambientes fora da típica zona de conforto. Estas podem ser acedidas, por exemplo, através de browsers com diferentes versões, de desktops virtualizados ou de plataformas nativas, onde o desempenho e a disponibilidade estão dependentes de inúmeros factores, muitas vezes difíceis de medir.

No caso específico de plataformas web, cada vez mais os conteúdos não são disponibilizados por infra-estrutura própria, quer porque se utilizam prestadores de conteúdo externo ou por se recorrer a content providers como forma de acelerar a entrega aos utilizadores finais.

A acrescentar a esta complexidade, os utilizadores são cada vez menos pontos fixos que acedem sempre da mesma forma. Hoje, podem aceder a partir do local de trabalho e amanhã, conectarem-se através de um ponto de acesso wi-fi disponibilizado publicamente por determinado ISP.

A monitorização sintética que seja capaz de responder a estes desafios fará sempre parte da estratégia das organizações: se a maior percentagem dos utilizadores de uma aplicação acede através de um smartphone, de determinado ponto geográfico e com uma largura de banda limitada, deverá então aquela monitorização medir os níveis de serviço da mesma forma, adaptando-se sempre à população representativa do negócio.

A monitorização sintética sem emulação e a partir da "última milha" da cadeia aplicacional providencia uma visibilidade total para os cenários descritos, além de incrementar consideravelmente as capacidades de diagnóstico para conteúdo externo e interno, permitindo identificar facilmente situações relacionadas com o desempenho da rede ou dos servidores de resolução de endereços, por exemplo.

À medida que as organizações fazem depender mais o seu negócio de todas estas variáveis a monitorização sintética apresenta-se como uma solução essencial para controlar o desempenho e disponibilidade das aplicações e, em caso de problemas, identificar facilmente o domínio da falha.

(*) Senior Sales Engineer – Application Performance Management, Compuware Portugal