Por Paulo Rodrigues (*)
Não é segredo para ninguém que a tecnologia revolucionou o dia a dia das empresas e do próprio consumidor. Desde a que a Internet se tornou numa ferramenta mainstream que as novas tecnologias têm surgido quase diariamente, com impactos transversais na sociedade, através de mudanças constantes que promovem novos conceitos e dinâmicas.
Perante isto, é impossível que as empresas não passem também por processos de transformação, resultantes da implementação de soluções que vieram romper com os mais variados paradigmas. E, uma vez que estes avanços tecnológicos permitem melhorar os processos e resultados da organização, como alcançar uma maior eficiência na gestão, reduzir os custos das empresas e capturar uma maior projeção no mercado, as repercussões económicas são por demais evidentes, em especial na rentabilidade, produtividade e capacidade de resposta a uma cadeia de abastecimento que se globalizou ao longo das últimas décadas.
No que concerne aos consumidores, o mundo digital transformou, de certa forma, algumas das suas escolhas diárias, que anteriormente eram quase exclusivamente presenciais em loja, restaurante ou qualquer outro estabelecimento, uma vez que quase tudo está à distância de um click. Posto isto, não foi apenas a forma como nos deslocamos que mudou, mas tudo o que tal envolve, desde a maneira como comunicamos, fazemos operações financeiras e, obviamente, como adquirimos bens e serviços. Os últimos dois anos foram cruciais para a ascensão do comércio eletrónico. O que era até há pouco um formato interessante, mas não massificado, tornou-se para muitos no conceito charneira no seu contacto com as marcas (ou, no caso destas, com os seus consumidores e parceiros).
Mas não pensemos que a evolução sentida tem uma génese no curto prazo. Nos primórdios do século XXI era inimaginável que um único dispositivo pudesse ter vários recursos. Tudo mudou nos últimos 15 anos. A consolidação da tendência mobile destacou-se como um dos grandes acontecimentos dos últimos anos. Atualmente, uma larga percentagem da população mundial considera o seu smartphone indispensável no dia a dia. Experimente sair de casa sem este gadget, e por certo que o seu dia será bem diferente daquilo a que está habituado.
As aplicações, que começaram a surgir nos últimos anos, representam também um grande peso na revolução digital, por via dos diferentes recursos e funcionalidades que fazem dos dispositivos móveis o que são hoje. Assim, a tecnologia e o acesso à informação passaram a estar presentes na vida de qualquer indivíduo, independentemente do local onde se encontre. Basta ter acesso à Internet. A partilha de dados permitiu que as pessoas acedessem à informação (ao momento) em relação ao que se passa no mundo.
Mas também trouxe uma maior comodidade, por permitir a libertação de mais tempo para usufruir do bem-estar, para além de facilitar a programação das mais variadas tarefas. Refira-se que, e numa perspetiva mais empresarial, a automatização de processo potencia o aperfeiçoamento e criatividade.
Perante tantas novidades geradas pela velocidade quântica que se verifica quanto a avanços tecnológicos, já existem expetativas e previsões do que será a tecnologia dos próximos 10 anos. Entre as inúmeras especulações, prevê-se a evolução de um mantra assente na sustentabilidade por via da eliminação do desperdício e das mais variadas componentes dispensáveis, substituídos pela eletrónica e pelo uso de materiais biodegradáveis, para além, de forma inevitável, da Inteligência Artificial, com implicações dramáticas na sociedade. Aliás, tal não está já no domínio do sonho, é antes uma realidade. Resta perceber como se fará sentir.
Daqui em diante, as mudanças que iremos assistir serão ainda mais rápidas, pela forma como o conhecimento adquirido passará à prática, bem como a sua partilha a baixos custos. Consoante o conhecimento se torna mais disseminado e cumulativo, expande-se exponencialmente, com consequências na vida de todos. Para o fim, deixo uma provocação: será que os avanços da tecnologia passarão a ser visto como algo… banal?
Da minha parte, acredito que continuaremos a ser surpreendidos, haverá sempre algo de incrível que nos deixará boquiabertos. Estaremos cá para tirar as dúvidas!
(*) Head of V-Valley Division
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