Por João de Castro Guimarães (*)

Vivemos na era dos dados e da informação, reconhecidos como bens preciosos para a dinâmica das organizações. As sociedades dependem, em larga medida, da capacidade de captação, gestão e partilha de dados pelos vários interlocutores, públicos e privados. Nunca como agora esteve disponível um tão significativo volume de dados, decorrente da transformação digital. Nunca como agora foi tão decisiva a capacidade de gestão deste recurso e garantia da respetiva qualidade.

Muitos gestores desconhecem, ainda, as mais-valias inerentes ao acesso e à partilha de dados de qualidade, que podem garantir aos diferentes agentes económicos, ao longo de toda a cadeia de valor, de modo transversal a todos os setores, uma tomada de decisão informada, e assumir-se como uma variável incontornável na maximização da eficiência.

Importa, por isso, analisar, validar e partilhar estas unidades de informação. Partindo do exemplo do setor do Retalho e Bens Consumo – e considerando fornecedores, retalhistas e consumidores –, podemos verificar que o valor dos dados aumenta na proporção das oportunidades de rastreabilidade que oferecem. São tanto mais valiosos quanto mais permitem conhecer sobre a origem e condições de produção, as características de armazenamento e distribuição desses mesmo produtos. Este tipo de dados, quando partilhados entre parceiros de negócio de forma transversal e standardizada, como o sistema de standards GS1 permite, com standards únicos, inequívocos e globais, pode impactar de forma determinante as decisões das organizações.

Acresce que a partilha da informação entre parceiros de negócio deverá ser sujeita a um processo de validação e gestão regular, por parte de uma equipa especializada em qualidade de dados, responsável pela análise pormenorizada dos dados e pela sua disponibilização junto de retalhistas e distribuidores, neste caso concreto, mas aplicável a outros operadores da cadeia de valor, noutros setores. Processos como este são essenciais para assegurar a troca de informação de dados comerciais, regulamentares, de marketing e logísticos, de produtos, em tempo real e de forma global.

Devemos, de resto, ter em consideração as questões legais, nomeadamente a validação e uniformização da informação de produto, com vista a ser partilhada de acordo com a regulamentação do setor. Recorrendo mais uma vez ao exemplo do setor do Retalho e Bens de Consumo, a segurança alimentar e a informação ao consumidor são o fim último, conforme previsto, por exemplo, no Regulamento (UE) n. 1169/2011, do Parlamento Europeu e do Conselho.

Falamos, assim, de uma cadeia de processos organizada e devidamente regulamentada que, quando aplicada à gestão das organizações, garante o acesso e a partilha segura de dados. A sua adoção deve, por seu lado, ser uma prioridade, para que as organizações possam tomar as melhores decisões com base em dados e, por seu lado, os consumidores ou clientes possam sentir segurança e aumentar a confiança nas suas marcas e de eleição.

(*) diretor executivo GS1 Portugal - Codipor

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