Por Stéphanie Dermagne (*)
Na luta por uma carreira mais digna e estável, há uma solução que diferentes profissionais privilegiam crescentemente: a requalificação de competências. Esta é uma oportunidade cada vez mais aliciante, quer para os trabalhadores, quer para as empresas.
A chamada “reconversão profissional” encontra, aliás, as condições perfeitas para germinar no atual contexto social e económico: por um lado, a crise afeta, ou adensa, as dificuldades financeiras que milhares de pessoas com empregos precários - ou até desempregadas - já sentem; por outro lado, o progresso tecnológico e a rápida digitalização da economia cria nas empresas a necessidade de acesso a perfis profissionais cada vez mais especializados.
O setor das Tecnologias da Informação (TI), particularmente, é muito apetecível. E, face ao que já foi exposto, basta fazer as contas: do lado dos trabalhadores, há a vontade de transição para uma vida profissional melhor. O ímpeto para mudar existe. Do lado das empresas - especialmente as tecnológicas, lá está -, o recrutamento é, mais do que constante, absolutamente necessário.
As dimensões “Procura” e “Oferta” compatibilizam-se, assim, de forma harmoniosa e alimentam a reconversão de carreiras enquanto aposta ideal para (1) fomentar a empregabilidade e (2) colmatar a escassez de talento que muitas empresas “tech” experienciam. De igual modo, importa lembrar uma vantagem também óbvia: a requalificação profissional está ao alcance de qualquer um, desde o colaborador já diplomado na área das ciências exatas e das tecnologias até ao funcionário graduado em “Letras”.
Ainda assim, as duas partes - trabalhadores e empresas - têm muito trabalho a fazer. No caso dos profissionais que pretendem a reconversão, é preciso ir além da força de vontade e da paixão pela mudança. Para que o processo não fique comprometido, é imperativo que os trabalhadores privilegiem formações especializadas e direcionadas às qualificações almejadas entre as empresas. Por regra, este passo exige a aquisição contínua de novas competências e o desenvolvimento do raciocínio lógico-matemático, algo que afugenta ainda diferentes colaboradores.
No caso das empresas, e este é o aspeto mais determinante para o sucesso de quem visa a renovação de “skills”, importa auxiliar essa transição. A implementação de programas de reconversão dentro das próprias instituições, em específico, é a chave para responder às necessidades do mercado de trabalho e à busca por talento (re)qualificado.
A integração dos profissionais pré-reconvertidos em academias especializadas e o acompanhamento contínuo é indispensável para ajudar a lidar com a insegurança que o processo gera naturalmente e, não menos importante, para criar trabalhadores com todo o potencial para prosperar na área tecnológica.
As condições para a reconversão profissional são, recorde-se, favoráveis a quem ambiciona integrar o processo, pelo que cabe às empresas abraçar essa motivação para estimular a atração - e retenção - do talento reconvertido. Só assim se constroem casos de sucesso.
(*) Head of Talent Acquisition na ITSector
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