Por Paulo Trezentos (*)
As tendências tecnológicas são imprevisíveis e mudam rapidamente, mas há algumas coisas que podemos esperar para ver em 2023.
- Inteligência artificial e aprendizagem de máquina continuarão a desenvolver-se e a tornar-se cada vez mais presentes nas nossas vidas. Isso pode levar ao surgimento de novas tecnologias e aplicações, como assistentes virtuais mais sofisticados, veículos autónomos e sistemas de diagnóstico médico mais precisos.
- A realidade virtual e aumentada também devem continuar a evoluir, tornando-se mais acessíveis e amplamente utilizadas em vários setores, como educação, entretenimento e formação de trabalhadores.
- A tecnologia 5G também deve se tornar mais amplamente disponível, oferecendo velocidades de internet mais rápidas e conectividade mais confiável. Isso pode levar ao surgimento de novas aplicações que dependem de uma conexão de alta velocidade, como jogos em nuvem e serviços de streaming de alta qualidade.
- A segurança cibernética continuará a ser uma preocupação importante, à medida que os dispositivos conectados e os ataques cibernéticos se tornam cada vez mais sofisticados. Isso pode levar ao surgimento de novas tecnologias de segurança, como sistemas de autenticação baseados em biometria e criptografia avançada.
- A tecnologia blockchain também pode se tornar mais amplamente utilizada, oferecendo soluções para problemas de confiança e transparência em vários setores, como finanças, saúde e votação eletró
Se gostou dos pontos acima, não me agradeça. Agradeça ao ChatGPT, o robot com inteligência artificial que “ingeriu” milhões de documentos disponíveis na Internet e ao qual pedi para me escrever este artigo. Para além de tendências, o ChatGPT hoje consegue responder a questões tão diferentes como:
- Gera-me um modelo de um contrato de arrendamento a 12 meses
- O que fazer para não ter de trabalhar mais ?
- Qual a lista de prémios nobel portugueses ?
- O ChatGPT é inteligente ?
- Quem são mais inteligentes: cães ou gatos ?
O ChatGPT e as suas aplicações vão ser, em minha opinião, uma das principais tendências na Internet e de apps associadas.
A qualidade das suas respostas, torna o ChatGPT como possível substituto a serviços que julgamos hoje insubstituíveis, tal como a Pesquisa do Google. O próprio Google considera o ChatGPT como uma ameaça para si, passível de mudar os hábitos dos consumidores e levá-los a esclarecer as suas questões através deste serviço de inteligência artificial em vez de ir ao Google pesquisar.
Em 1950, Alan Turing propôs num artigo cientifico um teste para determinar se um sistema informático possui verdadeira inteligência artificial ou não. Simplificando, no Teste de Turing, um interrogador que comunica por escrito com dois outros jogadores que estão a ser interrogados - e não os vendo - tenta perceber qual é o ser humano e qual é o computador.
O ano de 2023, pode ser perfeitamente o ano em que o ChatGPT vai passar o Teste de Turing. O ano em que deixamos de distinguir a origem de um contrato de arrendamento ou a origem de um artigo sobre tendências.
Em relação às restantes tendências tecnológicas para 2023, acho que minhas previsões são menos inteligentes que as do ChatGPT com que iniciei este artigo de opinião. Assim, termino apenas como comecei, com uma pergunta ao ChatGPT em jeito de previsão:
- Em 2023 as máquinas vão se revoltar contra os humanos ?
Não há evidências científicas ou técnicas para sugerir que as máquinas vão se revoltar contra os humanos em 2023 ou em qualquer outro momento no futuro. As máquinas são criadas e controladas pelos seres humanos e dependem de nós para sua funcionalidade. Elas não possuem consciência ou vontade própria e, portanto, não são capazes de tomar decisões ou ações por conta própria.
É importante lembrar que as máquinas são ferramentas úteis que podem nos ajudar a realizar tarefas de forma mais eficiente e precisa, mas elas não possuem a mesma inteligência ou complexidade do ser humano. É necessário ter precaução e responsabilidade ao utilizar qualquer tipo de tecnologia, mas não há motivo para temer que as máquinas possam se voltar contra os seres humanos.
Mais descansados. Mas para pensarmos: se a máquina fosse verdadeiramente inteligente, diria que haveria risco ?
Votos de bom ano de 2023.
(*) CEO da Aptoide, anfitrião de "Empreendedor universitário - o Podcast"
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