http://imgs.sapo.pt/gfx/264845.gif
A Novis apresentou esta semana
uma nova oferta directa de ADSL e voz a 8 megabits, introduzindo uma nova
velocidade para o mercado de empresas em Portugal. Cerca de 16 vezes mais rápido
que os 512 kbps e 146 vezes mais rápido que o tradicional acesso dial up,
o novo serviço eleva as expectativas da operadora em termos de evolução da quota
de mercado que nos próximos 3 anos deverá passar dos actuais 9 por cento para 20
por cento do mercado global de empresas.




Pedro Carlos, administrador executivo da Novis, em entrevista ao TeK legendou o
lançamento do novo serviço como mais uma prova da sua disponibilidade do grupo
para investir em infra-estruturas de telecomunicações sempre que existam
condições para tal, referindo-se a constrangimentos regulamentares.




A colocação no mercado de uma oferta a 8 megabits não invalida a
comercialização de novos produtos em categorias de débito mais reduzidas,
baseadas em ofertas grossistas da PT, já que a prioridade é dispor de uma oferta
cada vez mais completa para o mercado empresarial em particular, mas também para
o mercado residencial onde as iniciativas serão cada vez mais resultado de um
trabalho de conjugação com outras empresas do grupo, como o Clix.




De referir que no seu todo os investimentos da Novis em infra-estrutura
totalizam os 110 milhões de euros e permitiram o desenvolvimento de 3500
quilómetros de rede com 4 anéis de fibra óptica, garantindo uma cobertura de 95
por cento da população.




TeK: Se a PT preparar uma nova oferta grossista na categoria de 2Mbits,
conforme indicava uma deliberação recente da Anacom, a Novis pondera lançar um
produto com base nessa possibilidade?

Pedro Carlos:
Ponderamos sempre. Para as zonas onde ainda não temos
cobertura pode fazer sentido ter uma oferta mais parecida com o ADSL Mega. De
qualquer forma será sempre uma opção temporária até que possamos ter a nossa
própria oferta.




TeK: Em termos de novos clientes para a oferta de oito Mbits o que esperam?
Contam com a migração dos vossos clientes que já hoje demonstram necessidades de
uma maior largura de banda ou clientes de outros operadores?

P.C.:
Dentro dos nossos clientes penso que o número de utilizadores com 1
MB e 512 kbps estará muito balanceado, mas acreditamos que esta oferta se
posiciona como alternativa aos 512 kbps e que uma grande maioria dos novos
clientes serão aqueles que estiverem em zonas abrangidas pelo produto - zonas
das 56 centrais desagregadas - ainda com uma ligação de 512 kbps, já nossos
clientes ou não.
O nosso foco é ser, nessas zonas geográficas, o operador que oferece às empresas
a melhor oferta de voz e Internet.




TeK: Embora a Novis prometesse uma aposta mais vincada no mercado residencial
(sobretudo de voz) quando as condições regulatórias se mostrassem mais
favoráveis, hoje os segmentos residencial e empresarial dentro da Sonae estão
cada vez mais divididas pela Novis e Clix, é uma tendência que se manterá?

P.C.:
O que vimos fazendo desde Fevereiro quando lançámos a Revolução das
Flores foi que passámos a trabalhar muito próximo para ambos os mercados e essa
será a tendência no futuro. Já no que respeita à forma de rentabililizar as
ofertas há diferenças. Há para já uma série de condições que são especiais para
o mercado residencial e que levaram a que até agora não tivéssemos também
lançado uma oferta para esse segmento.




TeK: Preferiram avançar primeiro para o mercado empresarial na banda
larga?

P.C.:
Sim. O lançamento da oferta ADSL Mega revela, como em outras ocasiões,
que quando temos condições fazemos coisas inovadoras, que não são apenas boas
comparativamente em Portugal mas de um modo geral. No mercado residencial talvez
sejam precisos poucos passos para fazer algo do género e talvez isso aconteça
rapidamente.




TeK: Ainda na banda larga, mas no que respeita às tecnologias sem fios, o
grupo Sonae lançou uma oferta conjunta de Wi-Fi que até final de Setembro seria
de acesso gratuito para os utilizadores. Terminado este período de testes, já
definiram um modelo de negócio?

P.C.:
Pretendemos continuar a desenvolver a rede, tendo em conta que esta se
dirige a um mercado muito específico. De facto, o acesso passará a ser pago mas
não tenho muitas novidades nesse sentido. Posso apenas dizer que vemos o Wi-Fi
como uma rede complementar que em pontos específicos permite o acesso em banda
larga, mas é sempre um complemento e não um pilar nos negócios de qualquer uma
das empresas do grupo.




TeK: Qual foi a adesão no período piloto?

P.C.:
Foi de encontro às nossas expectativas, mas não tenho números exactos.




TeK: A Novis em consórcio com a ONI participou recentemente no concurso para
a Internet nas Escolas tendo perdido em favor da PT e contestado o resultado do
concurso junto do Tribunal Central Administrativo, como está esse processo?

P.C.:
Pedimos uma providência cautelar que o tribunal recusou e estamos
agora em fase de recurso do processo o que não tem poder suspensivo pelo que a
adjudicação à PT está em marcha.

Cristina Alexandra Ferreira