
Por Rúben Lamy (*)
Um marketplace é, sem dúvida, uma das plataformas mais eficazes do comércio online, permitindo a integração de produtos de diversas marcas num único espaço, o que facilita a relação entre comerciantes e consumidores. No entanto, a verdadeira força do marketplace é a sua abrangência. Pode ser um espaço global, abrindo portas para que marcas cheguem a qualquer parte do mundo, ou pode ser restrito a mercados locais, adaptando-se a necessidades mais específicas.
Um comerciante beneficia da sua presença em marketplaces, devido a fatores como o aumento da visibilidade online da sua marca e dos seus produtos, visto que a acessibilidade dos utilizadores a um website é facilitada. Também o consequente aumento das vendas deve ser considerado, bem como a diminuição dos encargos com infraestruturas de loja que, não sendo exclusiva da marca, transporta as otimizações para a responsabilidade do próprio marketplace. Por último, a diminuição dos riscos associados ao lançamento de novos produtos também pode ser apontada como uma das vantagens uma vez que estes podem ser testados a baixo custo, a fim de se avaliar a possível adesão por parte dos consumidores.
Da perspetiva dos utilizadores, há igualmente benefícios a apontar, tais como o aumento da probabilidade de realização de escolhas acertadas, devido tanto à fácil comparação de diferentes produtos, marcas e preços num só website, como ao acesso a feedback de quem adquiriu o mesmo produto. Ademais, é maior a confiança no consumo, visto que os marketplaces, sendo regulados e integrando diversas marcas, transmitem segurança aos compradores.
Contudo, e em especial do lado dos comerciantes, há igualmente desafios, como a dificuldade de se destacarem da enorme concorrência, ou a dificuldade na gestão de stocks nos diferentes websites. A reduzida taxa de retenção nas plataformas, pela grande oferta a que clientes e consumidores têm acesso, pode ser encarada como um obstáculo, ao qual se acrescenta a complexidade da logística destes marketplaces, dado que cada um tem o seu sistema tecnológico e as suas especificidades.
Para além disto, é ainda relevante referir que os marketplaces se traduzem em negócios de grande dimensão, pelo que a sua gestão é bastante afastada dos utilizadores, quer do lado dos comerciantes, quer do lado dos consumidores. Por exemplo, no caso da integração de produtos novos, isto é, fora dos catálogos existentes, o processo pode demorar semanas.
Da perspetiva dos comerciantes, existe um outro desafio significativo, relacionado com a transferência do valor da transação. Após um consumidor pagar por um dado produto, o marketplace demora até 45 dias a realizar a transferência para o comerciante, que acaba por ter uma dificuldade acrescida na gestão dos stocks.
Apesar dos marketplaces representarem, portanto, uma revolução no comércio digital, é fulcral que todos os seus utilizadores estejam conscientes tanto dos benefícios, como dos desafios destas plataformas, a fim de poderem otimizar as vantagens e minimizar as desvantagens associadas. Os comerciantes podem ser muito mais do que um elemento do mercado digital, tendo a possibilidade de transformar os marketplaces numa ferramenta estratégica poderosa.
(*) Fundador e CEO da BIGhub
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