![Análise TeK: Dois meses com o Asus Zenfone 2 e a certeza de que há um novo alvo a abater](/assets/img/blank.png)
O que é que as pessoas procuram num smartphone? Design, uma boa câmara fotográfica e uma experiência de utilização simples e conseguida. Foi o diretor executivo da Asus, Jerry Shen, quem mo disse durante uma entrevista. E estes foram os três pilares nos quais a tecnológica decidiu edificar o Zenfone 2.
Tal como já referimos, a estratégia da Asus para o telemóvel assenta na viralidade orgânica, isto é, deixar que o equipamento conquiste os utilizadores e que estes contribuam para um passa-palavra. “Se não gostarem, está tudo bem”, disse o CEO no final de março, mas no sentido de estar convensidíssimo de que a empresa está de facto a entregar um produto de valor.
E esta não é uma tarefa simples no já saturado mercado dos smartphones. Há telemóveis para todos os gostos e carteiras, de marcas conhecidas e outras “brancas”. O que podia ter de diferente este Zenfone 2?
Desta vez a experiência foi diferente. Decidimos usar o smartphone por um período de tempo mais longo para perceber se este é um candidato a smartphone ideal para uma grande parte dos consumidores.
A verdade é que não sendo perfeito, é muito bom em alguns aspetos que o tornam num alvo a abater sobretudo pelo preço que apresenta: 249 euros para o modelo de média gama, aquele testado pelo TeK. Há um mais potente, a 349 euros, há outro mais barato, a 179 euros, mas o ponto de rebuçado está neste Zenfone 2.
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Ao analisar com mais detalhe cada um dos pilares do smartphone, os leitores vão descobrir rapidamente quais as características que lhe interessam mais e se, no final de contas, este é ou não o smartphone que pode servir como o “meridiano de Greenwich” da comparação.
I - Design
Começando pelo óbvio: a Asus inspirou-se e muito nos smartphones da LG para chegar ao aspeto final do Zenfone 2, o que é algo negativo; mas o ponto positivo disto é não ter mal nenhum pois os equipamentos da LG têm um bom design, são modernos e apelativos. Isso e o facto de as empresas estarem constantemente a “inspirarem-se” umas nas outras.
Por consequência o Zenfone 2 também acaba por ter o seu apelo. Não é o equipamento com o melhor design, nem com a melhor construção, mas o smartphone é bonito e ergonómico o suficiente.
Tem um bom rácio de tamanho do smartphone-tamanho do ecrã, sendo que os botões físicos estão na parte traseira do equipamento. Destaque ainda para a parte traseira arredondada do Zenfone 2 que permite agarrar melhor o equipamento seja para chamadas ou para escrever um SMS.
É pena que os botões capacitivos escolhidos não reflitam já o mais moderno dos Android, pois acaba por dar um aspeto datado ao telemóvel mesmo sabendo que vem com o Lollipop de origem.
O equipamento é grande, é robusto, mas não é exageradamente grosso. O peso nota-se e em comparação com outros modelos que existem no mercado fica a perder. Mas albergar um ecrã de 5,5 polegadas tem os seus custos.
Ao nível da construção apesar de não estar fabricado em materiais premium o Zenfone 2 compensa com a personalização que é possível fazer: as capas de plástico são intermutáveis, estão disponíveis em várias combinações de cores e até de texturas, desde modelos simples até outros mais extravagantes.
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Pessoalmente tenho preferência mais para o lado extravagante pois num mundo repleto de smartphones, se é para investir que seja em algo que se destaque do resto da multidão. E o curioso é que este Zenfone 2 acabou por conseguir fazer isso mesmo: por ser grande e vermelho, e por albergar a marca Asus, desconhecida para muitos consumidores no que aos smartphones diz respeito, suscitou bastante interesse a quem ia tomando contacto com o equipamento.
Ao nível do design e construção a nota negativa vai para o botão de energia colocado na parte superior do equipamento. É quase impossível de manobrar só com uma mão, é duro e pouco preciso. Pode ser um defeito do nosso modelo de testes, mas não deixa de ser um factor defeituoso do qual o utilizador vai queixar-se com frequência.
II - Câmara fotográfica
Foi aqui que possivelmente o Zenfone 2 revelou ser uma grande surpresa. Apesar de não ter uma forte tradição na área, a Asus conseguiu unir um sensor fotográfico muito razoável com algoritmos de processamento de imagem muito interessantes.
Antes de entrarmos em mais detalhes, ficam aqui alguns exemplos de imagens conseguidas com o Zenfone 2:
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As fotografias têm detalhe, têm um bom contraste, têm uma saturação de cores que em determinadas situações pode ser exagerada, mas que é um factor que contribui para a criação de fotografias mais apelativas e vibrantes.
Mesmo em modo noturno o sensor fotográfico tem um desempenho muito positivo. Consegue captar bem a luminosidade reduzida que existe, o que resulta em fotografias com pouco grão e que são agradáveis à vista.
O sensor de 13 megapíxeis escolhido é muito bem acompanhado de vários modos de fotografia que a Asus incorporou e que tornam a experiência da câmara muito mais poderosa e “lucrativa”. HDR, criação de GIFs, panorâmicas, remoção automática de elementos intrusos e até um modo de super-resolução. Há inclusive um modo manual que permite controlar vários parâmetros das imagens.
O Zenfone 2 é relativamente rápido na captação de fotografias, mas a velocidade de focagem é que por vezes não é a melhor.
Isto para dizer que mesmo não sendo o melhor sensor fotográfico do mercado, será sem dúvida um dos melhores no segmento de preço onde joga.
III - Experiência de utilização
A Asus é maioritariamente conhecida pelo seu trabalho ao nível do hardware, mas a tecnológica tem mais de mil engenheiros a trabalharem só dedicados ao software. Isto porque a empresa acredita que esta é também uma parte muito importante da experiência no smartphone e que se não conseguir entregar esta vertente com qualidade, estará a condicionar o bom trabalho que fez nos outros dois pilares.
Sobre a experiência de software há a destacar duas partes, uma positiva e outra negativa. Do lado positivo a boa otimização que há entre hardware e software, o que se nota pela rapidez de resposta das aplicações e transições. E esta otimização é uma constante - nestes dois meses de utilização já foram quatro as principais atualizações feitas ao Android e outras tantas às aplicações nucleares da empresa.
Mas são justamente estas aplicações que na minha opinião são um ponto negativo. Certamente que há utilizadores e consumidores que adoram ver o smartphone carregado de aplicações logo à partida - “tantos serviços para descobrir!”, pensam. A verdade é que de origem, o Zenfone 2 vem com mais de 60 aplicações instaladas - o que é abusivo.
Rapidamente o utilizador instala entre 20 a 30 aplicações da sua preferência e eis que o telemóvel começa a ficar com a memória cheia - basta lembrar que um jogo como Mortal Kombat tem mais de 1GB de espaço - e o desempenho começa a ficar condicionado.
Pois apesar de ter 2GB de memória RAM e que permitem ter mais de 30 aplicações abertas em simultâneo, a verdade é que o processador Intel de quatro núcleos a 1,8Ghz não é o mais potente e quanto mais informação tiver armazenado o telemóvel, mais dificuldades o chip terá em se mexer.
No geral o Asus Zenfone 2 é rápido, mas devido à opção da Asus de “preencher” o telemóvel, a verdade é que ao fim de dois meses sente-se que a performance já não é a mesma à medida que as apps e as fotografias se vão acumulando. Ainda assim é uma performance boa e superior à de muitos equipamentos que se situam na casa dos 200 euros.
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Os jogos mais recentes como Lara Croft: Relic Run e Hearthstone são executados sem problemas, enquanto do lado da navegação Web também não há defeitos a apontar pois a resposta de velocidade de Internet sempre foi rápida ao longo das semanas.
Considerações finais
O CEO da Asus, Jerry Chen, estava convencido de que a empresa tinha criado um topo de gama por metade do preço que a concorrência pratica nos seus modelos de alta linha. Não é no entanto justo comparar um Zenfone 2 a um Galaxy S6, a um HTC One M9 ou a um LG G4 - simplesmente não é da mesma fibra.
No entanto o Asus Zenfone 2 pelo menos consegue provocar a questão: será que é mesmo necessário um smartphone topo de gama quando um equipamento muito mais barato garante um desempenho bastante satisfatório e até acima da média em alguns pontos?
Até aqui o equipamento que tinha como referência ao nível de preço era o Motorola Moto G de 2ª geração. Mas a verdade é que por mais 50 euros os utilizadores podem levar um ecrã maior, de qualidade Full HD, com uma câmara superior, suporte para redes 4G e duplo cartão SIM.
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E ainda falta referir outro aspeto positivo: a bateria tem uma autonomia significativa e numa utilização normal aguenta dois dias sem ser necessária carga.
O Zenfone 2 não é um telemóvel sem defeitos. Aquece demasiado quando está a carregar, tem a questão do botão de energia e da construção em plástico e de certa forma não é um equipamento com um sentido estético de modernismo. É bonito, mas fica atrás de outros equipamentos feitos por exemplo pela Wiko.
Mas olhando para aquilo a que a Asus se comprometeu, a construir um bom telemóvel, acessível e que tenta entregar valor nos três aspetos que de acordo com a empresa são os mais importantes, então sim, a missão foi bem sucedida.
Cada utilizador tem as suas escolhas e preferências, mas mesmo que não tenha gostado do que viu e leu do Zenfone 2, vale a pena ter o equipamento como referência para escolher o seu próximo dispositivo. O seu valor é inegável e vem juntar-se a uma já interessante luta no mercado nacional.
Motorola, Sony, BQ, Wiko e LG são as marcas que também jogam bem neste segmento de preço. No entanto o valor do Zenfone 2 está no conjunto das variantes e não apenas em alguns aspetos específicos, o que pode desde logo valer uma vantagem direta relativamente à concorrência.
Por tudo isto, para muitos smartphones que estão no mercado o Asus Zenfone 2 é agora o alvo a abater.
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