O primeiro smartphone da Nothing trouxe ao mercado um design diferenciador que seguia as linhas que já tinham sido desenhadas para os auriculares Ear (1) e Ear (stick), com as transparências (relativas) a dominarem uma linguagem estética onde também o interface e os sons se conjugavam como alternativa às marcas no mercado. Não se esperava que isso mudasse com o Phone (2), sobretudo depois da apresentação do Ear (2), que é também uma evolução e não uma revolução, e a ideia confirma-se.

O novo Phone (2) que acaba de ser anunciado reforça várias áreas onde a primeira versão do smartphone mostrava maiores fragilidades e aposta no chipset Snapdragon 8+ Gen 1 para melhorar a performance, aumentando o tamanho do ecrã e optimizando as câmaras fotográficas.

Com isto a Nothing quer subir de nível, passando de um equipamento de gama média para gama média alta, e o preço acompanha este movimento.

À primeira vista o Phone (2) é quase igual ao Phone (1), com ligeiras diferenças de tamanho, resultado do maior ecrã que tem agora 6,7 polegadas, um LED traseiro mais poderoso, e a colocação central da câmara frontal. Tudo o que se toca é metal ou vidro, sem plásticos, e com Gorilla Glass no ecrã frontal e a Nothing destaca a aposta na sustentabilidade, com recurso a alumínio reciclado nas molduras e botões, e uma política de desperdício zero no processo de fabrico que é enviado para aterros.

Veja as imagens

Na frente tem um ecrã de 6,7 polegadas OLED, com a câmara fotográfica agora central. A traseira é também ligeiramente mais arredondada com um “vidro almofadado” que é confortável ao toque e ergonómico, mas que retira o efeito das linhas retas que têm sido usadas.

Mas é por dentro que as principais diferenças podem ser notadas, no desempenho, na bateria e no sistema operativo Nothing OS 2.0. A ideia é retirar as distrações constantes com que os alertas e notificações minam o tempo útil em que usamos o smartphone.

O design é monocromático, tirando mais partido dos tipos de letra específicos, e pretende direcionar os utilizadores para o que realmente interessa. Pode ser que isso aconteça, mas vai precisar de algum tempo de habituação, e personalização dos widgets. Com o novo sistema operativo pode adaptar a organização, o tamanho dos ícones e as cores dos temas, e recorrer a novas pastas e capas ilustradas.

A Nothing diz que o software foi optimizado e que abrir uma app é agora duas vezes mais rápido do que no Phone (1) e que foram também melhoradas as transições e animações. Verificámos e comprovamos a rapidez, mas não temos certeza de que duplique a velocidade.

Mais interações com o Glyph

O design do Glyph, o ícone interativo na traseira do smartphone, foi também alterado, e até a componente técnica, já que tem agora seis conetores. Mas as funcionalidades foram alargadas, e para além de assinalar alertas, mensagens e chamadas telefónicas, agora pode fazer de contador de tempo e mesmo registar o progresso de serviços integrados, como serviços de entrega de comida.

Nothing Phone (2) Primeiras impressões
Nothing Phone (2) Primeiras impressões

A Nothing já tinha também partilhado os toques e sons, em maior diversidade do que no Phone (1) e a possibilidade dos utilizadores criarem os seus próprios toques polifónicos, com o Glyph Composer, mas ainda não tivemos tempo de experimentar.

Upgrade na Câmara com 2 sensores de 50 MP

No primeiro modelo a Nothing defendia que não era pelo hardware que queria reforçar a experiência da fotografia, mas desta vez aposta num sensor principal maior de 50 MP, com o Sony IMX890, e um segundo sensor de 50 MP da Samsung. Os algoritmos utilizados garantem o processamento da imagem de forma mais rápida, mesmo captando três vezes mais informação. Conta com Advanced HDR para captar mais frames e guardar em RAW, e o Motion Capture 2.0 tira partido da Inteligência artificial para identificação de objetos em tempo real e um foco mais preciso.

Nothing Phone (2) Primeiras impressões
Nothing Phone (2) Primeiras impressões

A curta experiência com a câmara mostra imagens definidas e vídeos estáveis, com resolução 4K e 60 fps com a câmara traseira, ajudados pelo Estabilizador de imagem EIS e OIS. Na câmara frontal a qualidade é de 1080p e 60 frps.

Veja dois exemplos

1 - Com zoom

Imagem Nothing Phone (2) com zoom
Imagem Nothing Phone (2) com zoom

2 - Sem zoom

Imagem captada com Nothing Phone (2)
Imagem captada com Nothing Phone (2)

O smartphone que testámos já trazia alguma carga de bateria e ainda não houve tempo para experimentar a fundo a duração e carregamento rápido, mas é certo que a capacidade é maior, com 4700 mAh em vez de 4500, e a Nothing garante que pode chegar a 50% de carga em 20 minutos com carregamento rápido, mas o carregador não vem incluído no pack inicial.

O Nothing Phone (2) pode ser encomendado em Portugal a partir de 17 de julho e há três modelos disponíveis. A versão de 8 GB com armazenamento de 128 GB só pode ser comprada online diretamente no site da Nothing, mas nas lojas pode encontrar dois modelos diferentes, com 12 GB de RAM e 256 GB de armazenamento e 12 GB de RAM e 512 GB de armazenamento. Os preços começam nos 679 euros e sobem para 729 e 849 euros.

As cores continuam a ser o branco e o cinza escuro que já existiam no Phone (1).

Este é o vídeo oficial do Nothing Phone (2)