"Queremos que a Europa continue a estar na vanguarda da investigação fundamental, queremos que a Europa seja líder em tecnologias prioritárias, da IA [da inteligência artificial] à quântica, do espaço, dos semicondutores e da microeletrónica à saúde digital, à genómica e à biotecnologia. Queremos que os cientistas, investigadores, académicos e trabalhadores altamente qualificados escolham a Europa e é por isso que hoje apresento os primeiros elementos da nossa iniciativa 'Choose Europe' [Escolham a Europa']", disse Ursula von der Leyen.

Discursando na Conferência Europeia para a Ciência na Universidade de Sorbonne, em Paris, e numa altura em que a UE se quer tornar mais competitividade face a concorrentes como Estados Unidos ou China, a líder do executivo comunitário apontou que "a primeira prioridade é garantir que a ciência na Europa continue a ser aberta e livre".

Isto depois de a administração do Presidente norte-americano, Donald Trump, ter enviado um questionário ideológicos a várias universidades portuguesas (com questões sobre género, políticas e outras), que mereceu a contestação do Governo português.

"Devemos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para o defender, agora mais do que nunca. Queremos reforçar a livre circulação do conhecimento e dos dados em toda a Europa, tal como fazemos com as mercadorias, os talentos e os capitais no nosso mercado único. E queremos consagrar na lei a liberdade de investigação científica numa nova Lei do Espaço Europeu da Investigação", elencou Ursula von der Leyen.

Quanto ao financiamento, a presidente da Comissão Europeia defendeu que se disponibilizem "os incentivos certos", anunciando um novo pacote de 500 milhões de euros para 2025-2027, "a fim de fazer da Europa um polo de atração para os investigadores".

Ursula von der Leyen quer também "subsídios mais elevados e contratos mais longos" para atrair estes trabalhadores altamente qualificados estrangeiros, especialistas em tecnologias inovadoras.

A médio e longo prazo o objetivo é, segundo a líder da instituição, que os Estados-membros da UE aloquem 3% do seu Produto Interno Bruto (PIB) a investimento em investigação e desenvolvimento até 2030.

"Apresentaremos propostas ambiciosas sobre o financiamento da investigação e da inovação no próximo orçamento de longo prazo porque sabemos que um investimento na ciência é um investimento no nosso futuro", concluiu.