Marco Pereirinha é um dos membros da equipa que organiza a iniciativa. A comunidade portuguesa de utilização da plataforma, a que se juntou há vários anos, trouxe-o até aqui. Já o tinha levado à organização do primeiro WordCamp que a cidade do Porto recebeu, em 2013, e agora repete a dose.
Explica que esta, como todas as outras iniciativas promovidas pela comunidade portuguesa de WordPress, é realizada às custas de esforço pessoal. É a lógica de comunidade que faz andar a máquina. A vontade de devolver uma parte do que se recebe e a vontade de dar e ir buscar mais um pouco.
Nos últimos anos a comunidade cresceu, sobretudo no último, e isso reflete-se no número de inscrições no evento, que passou das 180 em 2015 para as 320 em 2016. A tendência não é exclusiva de Portugal, Marco Pereirinha garante que as inscrições para o WordCamp Europa deste ano também esgotaram, obrigando a organização a rever as dimensões do espaço que ia receber o evento e já estão novamente esgotadas.
Por cá, a explicação no interesse crescente na plataforma de gestão de conteúdos pode estar relacionada com a crise, que fez aumentar o desemprego mas também o número de novos projetos lançados por quem se viu nessa situação. Não há números oficiais que confirmem a perceção, mas o crescimento da comunidade é um sinal quase indiscutível de que o número de projetos em WordCress também está crescer.
A “culpa” é dos empreendedores, mas não só. Nos últimos tempos o número de grandes projetos suportados em WordPress também cresceu em Portugal. O jornal Observador é um exemplo conhecido, mas há outros como o do Pingo Doce ou da Gulbenkian.
O último é um dos tópicos com espaço no programa do evento, que aposta num equilibro entre as sessões mais avançadas, para quem faz uma utilização profissional da plataforma, e as sessões mais dirigidas a “principiantes”. Cabem aí o workshop onde se ensinará a fazer um site em WordPress, ou o workshop dirigido a quem quer criar uma loja online a partir deste software.
O comércio eletrónico tem dado o mote a uma parte importante dos projetos novos que têm surgido na internet nos últimos tempos e uma parte significativa destes sites recorre ao WordPress. Marco Pereirinha cita estimativas que posicionam nos 30% o número de projetos de ecommerce que em Portugal estarão suportados na plataforma.
Na sua opinião, a dinâmica da comunidade que sustenta esta plataforma de software livre é um dos grandes segredos do sucesso do WordPress. Outro argumento de peso será a flexibilidade e abrangência, “que tanto permite fazer coisas muito avançadas e complexas, como coisas mais simples e igualmente funcionais”, à medida de quem está a iniciar um projeto, defende Marco Pereirinha.
Por cá existem comunidades locais do Wordpress em Lisboa, Porto, Aveiro, Braga e Coimbra. Todas promovem eventos e oportunidades de networking nas regiões onde estão inseridas, com maior ou menor frequência.
Na comunidade do Porto, que agora recebe o evento anual, todos os meses há meetups. O primeiro aconteceu há 24 meses e desde então a periodicidade mensal nunca foi interrompida. O encontro de maio está marcado para o próximo dia 24.
Dados do observatório W3Techs indicam que o WordPress está em 26,4% dos sites a nível global, com uma quota de 59,4% do universo dos CMS (Content Management System).
A nível local os números são mais difíceis de apurar, mas sabe-se que as traduções em português de Portugal da última versão do WordPress (4.5) foram descarregadas 1,2 milhões de vezes, um número que inclui instalações em produção e instalações ainda em desenvolvimento.
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