Nesta estreia, o Lisbon Challenge recebeu 500 candidaturas, 40% das quais internacionais. Geografias como o Brasil, os Estados Unidos, a Turquia ou a Macedónica estão entre o leque de países com startups interessadas em aproveitar o programa, para afinar o modelo de negócio e explorar oportunidades de contacto com potenciais investidores.


Ao TeK Pedro Vieira, presidente da associação de empreendedorismo que promove o Lisbon Challenge, a Beta-i, sublinha o elevado número de candidaturas de países do leste da Europa, como a Roménia ou a Estónia, mas também o interesse de países longínquos, como a Índia ou o Chile. O Brasil, que era uma das grandes apostas da organização no esforço de promoção externa, também respondeu em força à chamada da Beta-i.



O Lisbon Challenge foi desenhado com uma visão internacional, pelo que a forte participação de projetos estrangeiros não surpreende a organização, que ao longo dos últimos anos tem promovido várias iniciativas de aceleração de empresas. O BetaStart será a mais conhecida.



Este novo acelerador inspira-se no MassChallenge de Boston, mas o modelo foi desenhado pela Beta-i, que traz para estes três meses de experiências cerca de 200 mentores, entre nomes nacionais e internacionais reconhecidos na área do empreendedorismo. BrantCooper, co-autor de TheLeanEntrepreneur, ou RoxanneVarza, da Microsoft Europa, estão nesta lista.



O interesse no Lisbon Challenge explicar-se-á também pelo prémio associado e pela oportunidade que os melhores projetos terão para mostrar as suas ideias de negócio a investidores de vários países.



Os projetos finalistas, nos 74 que já foram escolhidos para integrar o programa, ganham a oportunidade de os mostrar a investidores em Londres, Nova Iorque e São Paulo. Há ainda um prémio monetário de 150 mil euros e um prémio em produtos e serviços no valor de três milhões de euros, que terão ajudado a aguçar o interesse pelo programa.



Pedro Vieira também sublinha que as várias iniciativas de apoio ao empreendedorismo que têm sido realizadas em Portugal nos últimos anos começam a contribuir para mudar a imagem do país fora de portas. "Lisboa começa a ser vista como uma cidade interessante para lançar uma startup", refere.



O ritmo de novos projetos inovadores a nascer na capital portuguesa tem contribuído de forma positivo para esta ideia. O próprio sistema de criação de empresas é visto com tranquilidade pelos empreendedores que escolhem Portugal para criar e desenvolver as suas startups. Não acontece o mesmo com o sistema fiscal ou legal, considerados complexos.



A este Lisbon Challenge, no entanto, chegam projetos já numa fase posterior. Todas as startups inscritas têm pelo menos um ano de existência e 92% já dispõem de um protótipo ou produto definido. Por sectores, os mais representados no programa serão as tecnologias, onde integram 37% das empresas; o turismo e educação (23%) e as indústrias criativas e gaming (20%).

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Cristina A. Ferreira