Tal como o nome indica, os humanoides são máquinas projetadas para se parecerem e agirem como seres humanos. Equipados com câmaras, sensores, inteligência artificial (IA) e tecnologias de machine learning, estes robots conseguem imitar expressões, movimentos e interações humanas. Alguns dos modelos mais avançados podem até mostrar emoções e adaptar-se em tempo real ao meio ambiente que os rodeia.

Embora o desenvolvimento de humanoides ainda esteja numa fase inicial, já existem exemplares a desempenharem funções no mundo real. Na hospitalidade, robots como o Kime servem bebidas e snacks em quiosques autónomos em Espanha, enquanto outros atuam como rececionistas em hotéis. Na educação, modelos como o NAO e o Pepper criam conteúdos educativos e ajudam estudantes a aprenderem programação. Já no sector da saúde, monitorizam sinais vitais e transmitem informações sobre pacientes.

Além disso, robots humanoides também estão a ganhar terreno em armazéns e fábricas, contribuindo para a logística e a manufatura, e até em tarefas mais inusitadas, como conduzir orquestras ou receber convidados em conferências.

Grandes investimentos e colaborações, como a parceria entre a OpenAI e a Figure, estão a acelerar esta evolução. Projetos como o Tesla Optimus e o GR00T da Nvidia ilustram o potencial revolucionário da tecnologia.

Neste vídeo, o Optimus "sai para passear":

O sector tem crescido de forma notável. Em 2023, este mercado foi avaliado em 1,8 mil milhões de dólares e estima-se que atinja os 13 mil milhões até 2028.

Espreite na galeria alguns dos protagonistas que “andam” por aí

Conheça um pouco melhor cada um dos humanoides escolhidos pela equipa do SAPO TEK:

Nadine
Nadine é uma robot social criada pela Universidade Tecnológica de Nanyang, em Singapura, capaz de manter conversas e recordar interações passadas. Desenvolvida com pele realista e expressões humanas, possui câmaras 3D, microfone e webcam para reconhecer rostos, emoções e comportamentos. Trabalha como rececionista na AIA Singapore e tem sido usada em serviços ao cliente e até em jogos sociais. Com personalidade e emoções simuladas, Nadine representa o futuro dos robots companheiros em lares de idosos e outros contextos.

Walker
Walker, da UBTECH Robotics, destaca-se por habilidades como subir escadas, servir chá e passar aspirador. Com navegação autónoma e coordenação melhorada, é um exemplo promissor de robots de assistência doméstica.

Geminoid DK
Geminoid DK, um robot humanoide ultrarrealista, é uma réplica de Henrik Scharfe, professor da Universidade de Aalborg. Desenvolvido em parceria com a Universidade de Osaka, o robot imita até os gestos e maneirismos de Scharfe, incluindo o uso do seu próprio cabelo. Criado para estudar a interação humano-robot, Geminoid DK desafia a distinção entre humanos e máquinas, proporcionando uma visão intrigante de como os robots podem se assemelhar de forma física e comportamental aos seus criadores.

Junco Chihira
Criada pela Toshiba, Junco Chihira trabalha num centro de informações turísticas em Tóquio. Com reconhecimento de fala e capacidade de responder a perguntas, auxilia turistas e é projetada para expandir para áreas como saúde para idosos. Esta robot realista, com a aparência de uma jovem japonesa, representa um passo significativo na integração de humanoides nos sectores de serviços e cuidados de saúde.

Alex
Alex, da Boardwalk Robotics, prioriza a funcionalidade em detrimento da mobilidade. Sem pernas, é ideal para tarefas estacionárias, como organização e manutenção, com um design focado na eficiência e custo-benefício.

Jia Jia
Desenvolvida pela Universidade de Ciência e Tecnologia da China, Jia Jia impressiona com a sua aparência humana e capacidade de manter conversas básicas. Embora tenha um “discurso” limitado, usa algoritmos de geração de fala e reconhecimento facial. Os investigadores planeiam melhorar as suas expressões e comportamentos para aplicações futuras. Jia Jia é vista como um marco no desenvolvimento de robots humanoides na China.

Pepper
Pepper, da Softbank Robotics, é um robot social que reconhece rostos e emoções humanas. Usado em escolas e cuidados de saúde, já atuou como concierge em hotéis e como suporte social durante a pandemia. Este robot versátil exemplifica o potencial dos humanoides em promover interações significativas e assistência em diversos contextos.

Sophia
Criada pela Hanson Robotics, Sophia é considerada uma das humanoides mais avançadas do mundo. Inspirada em Audrey Hepburn, foi concebida para interagir socialmente e até expressar emoções. Tornou-se a primeira robot cidadã do mundo e embaixadora da ONU. Capaz de reconhecer rostos, compreender emoções e manter conversas, exemplifica o potencial de robots em serviços sociais e eventos públicos, enquanto desafia o papel dos humanoides na sociedade.

Ameca
Desenvolvida pela Engineered Arts, Ameca é uma plataforma avançada para testar IA e machine learning. Equipada com sensores de movimento, reconhecimento facial e vocal, interage naturalmente, deteta emoções e ajusta comportamentos. Além disso, pode expressar gestos como bocejar ou encolher os ombros, aproximando-se das interações humanas. Esta tecnologia promete aplicações em desenvolvimento de IA e ambientes colaborativos, oferecendo um futuro mais integrado entre humanos e máquinas.

Alter 3
Alter 3, da Universidade de Osaka e MIXI, combina uma rede neural artificial e talento musical. Além de atuar em óperas, dirigiu uma orquestra no Teatro Nacional de Tóquio em 2020, mostrando capacidades avançadas de expressão e vocalização. Este robot representa a fusão de tecnologia e arte, expandindo os limites da aplicação de humanoides em performances criativas.

ARMAR-6
ARMAR-6, do Instituto de Tecnologia de Karlsruhe, foi concebido para ambientes industriais. Capaz de usar ferramentas como martelos e chaves de fenda, também executa tarefas de manutenção e pode pedir ajuda. Com IA integrada, aprende novas habilidades e coopera com humanos, tornando-se uma valiosa adição em fábricas e armazéns.

Apollo
Apollo, da Apptronik, é ideal para plantas industriais e armazéns. Com capacidade para carregar até 25 kg, sensores que evitam colisões e baterias substituíveis, opera durante horas em tarefas manuais. Em parceria com a Mercedes-Benz, Apollo está a ser testado para automatizar tarefas no setor automóvel.

NAO
Criado pela Softbank Robotics, NAO é um robot assistente amplamente usado em educação e saúde. Compacto, reconhece objetos, fala 20 línguas e ajuda no ensino de programação, representando a acessibilidade da robótica em ambientes diários.

Atlas
Desenvolvido pela Boston Dynamics, Atlas é famoso pela sua agilidade e capacidade de realizar acrobacias como saltos e cambalhotas. Usado como ferramenta de investigação, este robot destaca-se por sua coordenação e movimentos precisos. A versão elétrica mais recente promete aplicações futuras em ambientes exigentes.

Beomni
Beomni, da Beyond Imagination, combina controlo remoto por humanos e Inteligência Artificial para aprender novas tarefas. Com potencial para cuidados de idosos e tarefas perigosas, Beomni está a evoluir para maior autonomia. Parcerias com empresas como a Dreamtech mostram o compromisso com inovações industriais e médicas.

Digit
Criado pela Agility Robotics, o Digit já descarrega mercadorias e movimenta pacotes, ajustando-se ao peso e ao tamanho dos objetos. Equipado com sensores para leitura de superfícies, é eficiente em evitar obstáculos. O Digit está a ser utilizado numa instalação da GXO Logistics, mostrando potencial para tarefas repetitivas.

KIME
KIME, da Macco Robotics, é um bartender robótico que serve bebidas e refeições com eficiência. Cada quiosque pode dispensar até 253 itens por hora, reconhecendo clientes regulares. Com tecnologia de touchscreen e pagamento integrado, é apresentado como uma solução inovadora para o sector de hospitalidade.

Robonaut 2
criado pela NASA e General Motors, o Robonaut 2 foi o primeiro robot humanoide no espaço. Trabalhou na Estação Espacial Internacional até 2018 e continua a inspirar inovações como o RoboGlove. Este robot representa o futuro da cooperação entre humanos e máquinas no espaço e na indústria.

Punyo
Punyo, da Toyota Research Institute, usa o corpo para levantar objetos de forma natural, diferindo de outros humanoides. O design resiliente e funcional de Punyo demonstra como os robots podem ser otimizados para tarefas específicas.

EVE
EVE, da 1X, é apresentado como o primeiro robot humanoide movido a Inteligência Artificial a entrar na força de trabalho. Com mobilidade eficiente, mãos robustas e capacidade de aprender, EVE está preparada para impactar setores como logística e segurança comercial.

Figure 02
Figure 02, da Figure, incorpora modelos GPT para compreensão e resposta em linguagem natural. Com habilidades físicas avançadas, como carregar até 20 kg, e autonomia de cinco horas, este robot é projetado para ser uma interface físico de Inteligência Artificial.

Apesar das inovações, o elevado custo de desenvolvimento e dúvidas sobre a aceitação social continuam a ser desafios. Enquanto alguns veem os humanoides como concorrência laboral ou um risco, os defensores destacam a eficiência e a segurança que podem trazer. Certo é que já não são ficção científica, mas sim uma realidade que já está a moldar o futuro em diversas indústrias.