A reciclagem e tratamento apropriado dos resíduos elétricos e eletrónicos tem conquistado espaço na discussão sobre os problemas ambientais, à medida que também a sociedade se consciencializa dos vários tipos de lixo que cria e que, por isso, lhe compete tratar.

Entidades públicas nacionais e União Europeia têm feito progressos em matéria de legislação e aplicação prática de sistemas de recolha e gestão dos resíduos e os próprios utilizadores estão cada vez mais despertos para a necessidade de desempenharem o seu papel nesta "cadeia". O problema é que muitos deles simplesmente não sabem como fazê-lo.

A redação do TeK não tem sido indiferente ao tema, que mereceu a nossa atenção em sugestões anteriores, mas face à importância do tema e aos pedidos de alguns leitores propomo-nos responder às dúvidas daqueles que ainda não sabem onde podem dirigir-se para entregar aquele computador que já não serve para nada, um telemóvel que só ocupa espaço ou as lâmpadas fundidas… Porque existe uma enorme diferença entre isto:

[caption]resíduos de EEE no caixote do lixo[/caption]

E isto:

[caption]resíduos de EEE em centro de recolha[/caption]

Em Portugal existem duas entidades que fazem a gestão dos resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrónicos (EEE). Embora grande parte da atividade seja feita em coordenação com as empresas que colocam os dispositivos no mercado, e se encontram legalmente obrigadas a suportar o tratamento no final do seu período de vida útil, existem pontos onde os consumidores se podem dirigir para deixar os equipamentos usados.

[caption]Depositrão Municípios[/caption]

A ERP Portugal conta com 795 pontos de recolha de resíduos (instalações destinadas a empresas e contentores para particulares), entre eles o Depositrão para lojas e empresas, e os postos do Portugal Depositrão, para os Municípios.

É também aos municípios que se deve recorrer quando se quer deitar fora eletrodomésticos de grandes dimensões, contactando os serviços camarários para esse efeito, que depois os reencaminham para os pontos de recolha.

A entidade esclarece também que os consumidores têm o direito de exigir gratuitamente a recolha do seu equipamento velho quando compram um novo, tanto na aquisição em loja como na altura da entrega no domicilio.

Para que o consumidor saiba se existe um ponto de recolha perto da sua zona de residência, a entidade disponibiliza um mapa onde se encontram assinaladas as regiões em que estão disponíveis. Lisboa é a região onde se concentram o maior número de contentores deste género (17,74 por cento dos existentes no país), seguida do Porto (15,60%).

[caption]rede de recolha da ERP[/caption]

Para além dos centros próprios a European Recycling Platform conta ainda com mais 122 pontos de recolha nas lojas Bluestore da PT.
Outra das plataformas de recolha passa pelas escolas, através da iniciativa Geração Depositrão, explicada no site dedicado ao projeto. Estes pontos encontram-se abertos a toda a comunidade, pelo que também a população pode recorrer ao Depositrão da escola para deixar pequenos EEE e pilhas usadas.

[caption]Depositrão na escola[/caption]

A mesma aposta é feita pela Amb3E, a "concorrente" da ERP em território nacional. O programa de recolha da Amb3E nas escolas chama-se Escola Electrão e também conta com site próprio.

Até Dezembro de 2010, a empresa contabilizava 500 locais de recepção de equipamentos, entre os quais se contam 159 Pontos Electrão, no continente e ilhas, especialmente dedicados à entrega de equipamentos por parte dos consumidores.

[caption]Ponto electrão[/caption]

A companhia afirmou, na altura, ter Pontos Electrão instalados "em quase todos os espaços comerciais do país". O mapa das zonas contempladas, que reproduzimos abaixo, está também disponível no site da Amb3E, onde é possível refinar a pesquisa por distrito, concelho e localidade.

[caption]Mapa de Pontos Electrão[/caption]

Para além da indicação da rede de Pontos Electrão, existe um mapa que contempla apenas os contentores dedicados à recolha de lâmpadas - os Pontos Electrão para Lâmpadas. Também aqui a pesquisa pode ser refinada em função do local onde se encontra.

Se preferir contribuir com os seus velhos equipamentos e consumíveis informáticos para causas humanitárias, podem sempre deixar a recolha nas mãos da rede dinamizada pela AMI.
A Assistência Médica Internacional começou em 2005 uma campanha de recolha de toners e tinteiros de impressoras que entretanto vem sendo alargada a mais parceiros e equipamentos, como os telemóveis. O lixo é transformado em receita aplicada a fins sociais.

A lista de pontos de recolha e parceiros é apresentada no site da iniciativa, mas qualquer escola ou estabelecimento comercial pode participar e tornar-se mais um ponto de recolha.

Em matéria de telemóveis, pode sempre optar antes por levar o seu equipamento velho consigo na altura de trocar de telemóvel e dá-lo para "retoma". A decisão vale descontos no preço de aquisição do novo equipamento, que normalmente se situam na casa dos 10 euros.

Joana Martins Fernandes




Nota de Redação: Esta sugestão foi publicada originalmente no dia 13 de Maio de 2011, tendo sido agora revista para nova publicação.





Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico