Nasceu no seio da Universidade do Porto, no seguimento do Mestrado de Empreendedorismo e Inovação Tecnológica, que os seus dois criadores frequentaram, como um projeto de desenvolvimento tecnológico. Já foi galardoada com vários prémios, como a Venture Cup Portugal, esteve em aceleradoras empresariais, como a Start-up Porto Accelerator e a Tourism Explorer, e marcou presença na Web Summit.

A Framie apresenta-se como destinada aos viajantes modernos, que estão online e no mobile, à procura de novos desafios e experiências, e que pretendem aceder de forma instantânea, simples e rápida a conteúdos turísticos do seu interesse.

A aplicação disponibiliza conteúdos com curadoria, prontos a usar, possibilitando que os utilizadores criem roteiros à medida e gerando no final um logbook fotográfico das suas vivências, que podem guardar e/ou partilhar.

Tem, além disso, uma abordagem de gamificação, que recompensa os utilizadores pelas suas ações na própria plataforma, e uma vertente social, que permite a procura por outros utilizadores, roteiros ou coleções de imagens.

A app pretende ajudar os utilizadores a criarem e a explorarem, de uma forma organizada, pontos de interesse e roteiros turísticos digitais, que podem depois ser completados com capturas fotográficas próprias, tal como se fosse uma caderneta de cromos. “Tudo com uma pitada inspiracional em estilo, digamos, Pokémon Go”, referem os seus fundadores numa nota enviada às redações.

O principal objetivo é incentivar à ação no mundo real, através de aventuras e de uma componente de gamificação e potenciar a partilha de experiências e conteúdos em rede.

A maioria dos turistas consulta diversos websites, blogs ou redes sociais para fazer um roteiro dos principais pontos de interesse que quer visitar e registar fotograficamente. Mas, até agora, não existia um modo que, de uma forma intuitiva e transversal, permitisse ao viajante criar ou personalizar os seus roteiros turísticos e associar as fotografias tiradas”, explica Tiago Monteiro.

A Framie permite ao utilizador visualizar e explorar na app as framies - pontos de interesse turístico - e depois selecionar as que lhe interessam para criar um roteiro ou “aventura” à medida. “No seguimento, só tem de viajar até aos locais, tirar fotos de cada local selecionado e fazer match dessas imagens com as respetivas framies, para completar o destino. Tal como se estivesse a finalizar uma caderneta de cromos”. Ou seja, “ao dar expressão à ‘aventura’, o viajante cria uma coleção com as fotos que tirou, que pode depois partilhar com outros utilizadores”, complementa António Lisboa.

Arranque com 600 framies lusos

Depois de um atraso imposto pela pandemia, que fez estagnar o turismo mundial, a Framie arranca agora, oficialmente, com o objetivo de “aumentar a base de utilizadores em Portugal” e “angariar investimento para crescer e internacionalizar o projeto”, revelam os cofundadores na nota enviada às redações.

Desenvolvida para ser altamente escalável e ter um alcance global, pretende “chegar aos smartphones de 100 mil utilizadores em 2022”, estima Tiago Monteiro, um dos cocriadores deste empreendimento tecnológico, juntamente com António Lisboa, ambos fundadores da startup Get Match, empresa emergente nascida dos percursos de empreendedorismo da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.

A Framie tem disponíveis atualmente mais de 600 pontos turísticos em Portugal e dezenas de roteiros, contudo, o objetivo é multiplicar exponencialmente os conteúdos, quer com a equipa interna quer através de parcerias com entidades turísticas que queiram digitalizar e promover conteúdos próprios.

Portugal teve cerca de 25 milhões de turistas em 2019, e há mais de 1.500 milhões de turistas em todo o mundo, 500 milhões dos quais usam ferramentas digitais para planear viagens. A Framie pretende capturar “uma fração desse mercado”, sublinha António Lisboa, convicto da “camada de valor” que a app portuguesa acrescenta às atuais plataformas de turismo mais globais.

A Framie é gratuita estando disponível tanto para sistemas Android como iOS.