O Governo norte-americano recorreu de uma decisão judicial que impede o Departamento do Comércio de impor à rede social chinesa TikTok restrições, que levariam à sua interdição nos Estados Unidos. Washington indicou, num documento processual sucinto, citado segunda-feira pela agência noticiosa francesa AFP, que interpôs recurso, sem adiantar mais informações.

Em 07 de dezembro, um juiz do Tribunal de Washington suspendeu um decreto da administração do Presidente Donald Trump que visava banir do solo americano a rede social, propriedade do grupo chinês ByteDance, por razões de segurança nacional. O magistrado Carl Nichols considerou esta tentativa "arbitrária e caprichosa".

Depois de o Departamento do Comércio ter “congelado” a proibição da popular aplicação, adiando a decisão até mais desenvolvimentos legais, o governo de Donald Trump optou por não conceder à ByteDance a extensão de um pedido que requeria à empresa chinesa que vendesse os ativos do TikTok nos Estados Unidos.

O decreto da administração Trump foi aprovado em agosto no quadro de uma série de leis de emergência nacional para inscrever medidas contra a rede de partilha de músicas e vídeos, que reclama 100 milhões de utilizadores nos Estados Unidos. Segundo o Governo norte-americano, os dados pessoais dos utilizadores da TikTok podem ser usados por Pequim.

A empresa ByteDance rejeita as acusações de espionagem em prol do Governo chinês, mas a administração Trump exige que passem para propriedade americana todos os ativos da TikTok detidos nos Estados Unidos.

O algoritmo da TikTok, que permite que sejam exibidos conteúdos com maior probabilidade de interessar os utilizadores de acordo com os seus gostos, está no centro das atenções.

Em setembro, o mesmo juiz, Carl Nichols, bloqueou uma ordem também do Departamento do Comércio destinada a forçar a Apple e a Google a removerem a rede social das suas plataformas de descarregamento de aplicações móveis.

Washington recorreu da decisão em meados de dezembro.