Os protestos nas ruas de várias cidades norte-americanas após o assassinato de George Floyd têm vindo a marcar os últimos dias. A popularidade das aplicações que permitem ouvir as comunicações emitidas pelos sistemas de rádio da polícia, ou “police scanners”, está a crescer entre os manifestantes que procuram manter-se informados acerca da localização das autoridades e apanhar casos flagrantes de brutalidade policial.

De acordo com os mais recentes dados da consultora norte-americana Apptopia, avançados pela imprensa internacional, as aplicações no topo da lista de “police scanners” foram instaladas 213.000 vezes entre 29 e 31 de maio. O valor representa um aumento de 125% em relação à semana anterior, atingindo ainda um número recorde de instalações para as aplicações.

O top de popularidade é liderado pela Police Scanner, que contou com mais de 19.000 instalações a 29 de maio, quase 24.000 no dia 30 e mais de 35.700 a 31. Embora a Scanner Radio – Fire and Police Scanner não tenha tido instalações, foi a aplicação com mais utilizadores ativos, com quase 45.000 pessoas a utilizarem-na.

Utilização de aplicações
Utilização de aplicações créditos: Apptopia

A 5-0 Radio é outra das aplicações cuja popularidade está a crescer exponencialmente. No dia 1 de junho, o “police scanner” conseguiu ultrapassar o Facebook, o Instagram ou a TikTok, tornando-se na segunda aplicação grátis mais popular da App Store.

Em entrevista ao website Motherboard, Allen Wong, programador da 5-0 Radio, contou que a aplicação verificou o maior pico de utilização da sua história no fim-de-semana de 29 a 31 de maio. “Não há sinais de que este pico termine assim tão cedo. Nos últimos quatros dias, o número de utilizadores tem vindo a duplicar a cada dia que passa”, explicou Allen Wong.

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O caso do assassinato de George Floyd às mãos da polícia não está a deixar o mundo indiferente e são várias as empresas tecnológicas e CEOs que estão a expressar o seu apoio pelos manifestantes que lutam contra a injustiça, a discriminação racial e a resposta da polícia e de Donald Trump, que partiu para as redes sociais, ameaçando repressões violentas.