As polémicas em torno do Mundial de Futebol no Qatar continuam a aumentar e um conjunto de reguladores europeus de proteção de dados alerta para os riscos das aplicações que os adeptos que visitam o país para assistirem ao torneio são recomendados a instalar.

Em questão estão duas aplicações: a Hayya e a Ehteraz. A primeira, que se afirma como a app oficial do Mundial no Qatar, será necessária para aceder aos estádios, permitindo também consultar informação sobre os jogos e utilizar gratuitamente o metro no país. A segunda é uma aplicação de rastreamento de contatos, concebida para prevenir a propagação da COVID-19.

No entanto, como alertam reguladores de proteção de dados na Alemanha, França e Noruega, as aplicações apresentam sérios riscos para a segurança e privacidade dos utilizadores.

Os reguladores alemães detalham que os dados recolhidos por ambas as aplicações vão muito além daquilo que as suas descrições indicam. Segundo a análise realizada pelos reguladores, uma das apps é capaz de recolher números de telefone para qual são realizadas chamadas, com a outra a impedir que o smartphone do utilizador entre em modo de suspensão.

“É óbvio que os dados utilizados pelas aplicações não permanecem só nos equipamentos, sendo também enviados para um servidor central”, realçam os reguladores alemães.

No caso da Noruega, a autoridade de proteção de dados demonstra preocupações quanto à possibilidade de os dados dos utilizadores, em particular daqueles que fazem parte de grupos mais vulneráveis, serem monitorizados pelo governo do Qatar e deixa uma série de medidas que os adeptos podem tomar para reforçarem a sua segurança e privacidade.

Já a autoridade francesa de proteção de dados (CNIL) partilha uma lista de recomendações, aconselhando a quem vai usar as apps que as instale apenas antes de partir para o país, limitando as permissões às estritamente necessárias e eliminando-as assim que voltar à França.