No stand da Qualcomm o AI Pin da Humane foi nos últimos dias o centro das atenções, atraindo muitos dos visitantes do MWC 24 em Barcelona, curiosos por ver o equipamento em ação. Quando foi lançado, em novembro de 2023, o dispositivo de usar na lapela chamou a atenção pelo conceito, dispensando a interação com o smartphone para muitas das tarefas que atualmente confiamos ao smartphone.

O AI Pin “entende” o ambiente, grava vídeos, responde a perguntas e pode projetar informação numa superfície, ou na palma da mão, quando é preciso um auxílio mais visual. O SAPO TEK teve a possibilidade de experimentar o dispositivo da Humane e conversar com Sai Kambampati, software engineer da Humane, que fez a demonstração e explicou o funcionamento.

“Não tenho de pegar no telefone, nem preocupar-me em instalar apps, ou escrever, para fazer uma pergunta simples, basta usar a voz”, explica ao SAPO TEK. Um toque no AI Pin ativa a inteligência artificial, e o equipamento responde facilmente a perguntas sobre Barcelona, e traduz a informação para (bom) português.

E se não quiser ouvir, pode projetar a informação na palma da mão, sendo que simples gestos de toque do indicador e o polegar fazem avançar o texto ou navegar no menu de funcionalidades. É possível enviar mensagens, fazer chamadas, ouvir música ou captar fotografias e vídeos, e usar headphones para uma utilização mais discreta.

No caso da experiência, porque estávamos num ambiente ruidoso, o AI Pin estava ligado a uma coluna Bluetooth dentro da camisola do Sai Kambampati por isso o som estava mais elevado, mas o equipamento vem com uma coluna personic, que cria uma "bolha de som" e que foi pensada para se adaptar ao ambiente. “Não queremos que as pessoas tenham de falar alto, ou ouvir as resposta alto, e perturbar o ambiente onde estão. Quem está a usar vai ouvir claramente as respostas, mas as pessoas um pouco mais longe não”.

Veja as imagens do AI Pin da Humane

A questão da humanização da utilização é um ponto central. “Vocês estão com os telefones e câmaras a filmar esta conversa e eu estou no momento, sem me preocupar com isso, mas estou a gravar tudo, com as mãos livres”, justifica. “Posso parar a gravação e se quiser posso rever todas as imagens na palma da mão”.

A câmara permite ainda que o AI Pin faça a “leitura” do ambiente, enviando as imagens para o sistema da Humane que as analisa e depois garante uma descrição em voz, com recurso ao LLMs, que sumariza o que vê. Demorou um pouco mas “acertou”.

No futuro pode ser possível chegar a uma máquina de café e perguntar como fazer um latte, ou chegar a um carro avariado e perceber o que deve fazer.

“O objetivo é permitir que o utilizador esteja mais presente, usando as mãos livremente, e transformando o mundo no seu sistema operativo. E estar ligado à internet sem ser consumido por todas as distrações”.

Em relação à privacidade, Sai Kambampati explica que o AI Pin tem LEDs que indicam se o microfone e a câmara estão ligados. E os utilizadores têm acesso a um dashboard onde podem rever todas as interações com o equipamento, apaga-las do servidor, sendo que a comunicação entre o dispositivo e os servidores é encriptada de ponta a ponta.

O AI Pin traz um eSIM, com dados ilimitados, chamadas e SMS, numa parceria com a T-Mobile mas apenas para os Estados Unidos. O preço começa nos 699 dólares e há uma versão a 799 dólares, sendo sempre associado a uma mensalidade de acesso ao serviço que custa 24 dólares por mês, mais taxas. Quem comprar até 31 de março tem direito a três mensalidades gratuitas.

Para já só está disponível nos EUA mas a Humane considera a expansão internacional do AI Pin, embora possa não acontecer de forma rápida.

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