Apple, Xiaomi e outras fabricantes obrigadas a divulgar pontuações de reparação de equipamentos em França

Rui Parreira

26 fev 2021 12:15

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Em França, as lojas online das fabricantes de tecnologia são agora obrigadas a demonstrar a dificuldade de reparação dos seus equipamentos, segundo as novas leis de redução de desperdícios eletrónicos.

A França tem novas leis para combater o desperdício eletrónico, obrigando as fabricantes a informar os seus clientes e utilizadores sobre o índice de reparabilidade dos seus equipamentos. A escala permite pontuações até 10, um pouco como a iFixit faz nos seus testes e teardowns.

As pontuações das regras francesas salientam aspetos como a facilidade com que os equipamentos podem ser desmontados, a divulgação de manuais com guias de reparação e até a disponibilidade das peças de substituição para os mesmos.

A Apple, por exemplo, não era muito “amiga” de reparações DIY, como atestamos recorrentemente nos testes da iFixit, mas nos últimos anos tem feito um esforço para facilitar as mesmas e as pontuações dos seus últimos equipamentos, como o iPhone 12, já são positivas. Para cumprir a legislação francesa, a Apple disponibiliza nas fichas dos seus produtos a pontuação do índice de reparabilidade, assim como tabelas para explicar como são calculados.

Mesmo aqui se nota que as reparações nos produtos mais recentes são mais fáceis. O iPhone 12 tem uma média de 6 em 10, enquanto o iPhone 11 desce para 4.5. Para tal contribuiu a maior facilidade em desmontar os equipamentos. As peças de substituição são também mais baratas, em comparação com o preço do smartphone. A Xiaomi, por outro, apresenta diversos modelos de smartphones com médias acima dos 7 pontos, nestes mesmos critérios.

Em França, os utilizadores podem consultar a página do índice de reparabilidade dos equipamentos. A iniciativa surgiu para combater o desperdício eletrónico, baseando-se em estatísticas que davam conta que apenas 40% dos aparelhos elétricos e eletrónicos avariados eram reparados. O plano do governo é reduzir essa proporção em 60% nos próximos cinco anos. Esta nota de reparabilidade passou assim a ser obrigatória aparecer nos produtos vendidos desde o dia 1 de janeiro de 2021. Os consumidores passam assim a ser informados sobre a facilidade de reparação dos equipamentos que estão a comprar.