A Xiaomi já é a segunda fabricante mundial de smartphones. Entre abril e junho a fabricante chinesa conseguiu ultrapassar a Apple e está cada vez mais perto da Samsung, que continua a liderar o mercado.
Num trimestre marcado ainda pelas dificuldades de circulação de bens e pessoas, a Xiaomi conseguiu aumentar em 83% o volume de equipamentos enviados para as lojas. No mesmo período a Samsung também cresceu, mas apenas 15% e a Apple conseguiu aumentar o volume de produtos enviados para as lojas apenas em 1%.
Os números da Canalys revelam assim que a Xiaomi conseguiu uma quota global de vendas de 17%, ligeiramente abaixo dos 19% detidos pela Samsung e acima dos 14% alcançados pela Apple. A fechar o top 5 estão mais duas empresas chinesas, a Oppo e a Vivo, que em conjunto já captam um quinto das vendas mundiais de telemóveis.
A Canalys explica que o rápido trajeto no top mundial de vendas da Xiaomi resulta do facto de a empresa estar a conseguir fazer crescer rapidamente o negócio internacional, uma evolução que tem sido impulsionada sobretudo pela performance da fabricante na Europa ocidental, em África e na América Latina.
A Xiaomi está aparentemente a beneficiar dos problemas da sua compatriota Huawei, que acabou por ser arredada do top 5 das vendas mundiais, em larga medida devido às restrições impostas pelos Estados Unidos ao negócio internacional da empresa e está a conseguir assumir o papel de fabricante que procura servir todos os segmentos do mercado. Um papel que a Huawei já fez e a própria Samsung também.
Mas ainda assim nem tudo são rosas para a Xiaomi, que assinalou com entusiasmo o facto de ter chegado ao segundo lugar do pódio mundial de vendas. Fazendo as contas pelo lado da receita, há claramente ainda um caminho importante a percorrer pela empresa para assegurar a sustentabilidade de um negócio que ainda cresce sobretudo à custa do volume.
Como observa a Canalys, o negócio da Xiaomi está sobretudo orientado para o mass market e o preço de venda dos seus equipamentos é em média 40 a 75% mais baixo que o das concorrentes Samsung e Apple, um ingrediente que tem sido fundamental para dar a conhecer a marca.
A Canalys antecipa por isso que uma das grandes prioridades da Xiaomi para o resto do ano será fazer crescer as vendas dos seus dispositivos de gama alta, como o Mi 11 Ultra.
Em termos globais, as vendas (expedições para lojas) de telemóveis no segundo trimestre cresceram 12% em volume. Em receita os grandes vencedores do ano são outros, dados revelados pela Counterpoint para o primeiro trimestre de 2021 mostravam que nesses três meses o mercado de telemóveis tinha gerado receitas de 100 mil milhões de dólares e que a Apple tinha ficado com cerca de 40%, com seis equipamentos na lista dos 10 mais rentáveis do trimestre, um campeonato onde a Xiaomi ainda não disputa lugares.
A mesma empresa apurou entretanto que a Apple conseguiu vender 100 milhões de unidades do iPhone 12 em sete meses e que a versão mais cara é a mais procurada.
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