A revelação do headset Magic Leap aconteceu em 2014, mas tem vindo a sofrer adiamentos ao longo dos anos e apenas no final de 2017 a empresa detalhou o dispositivo. A premissa de uma tecnologia inovadora de realidade aumentada garantiu à empresa encaixes astronómicos de investimento. Ainda este mês um fundo de investimento ligado ao setor da saúde da Arábia Saudita apostou 400 milhões de dólares na empresa para acelerar a produção do headset. E são muitos os investidores interessados numa tecnologia de que ainda se sabe pouco, incluindo a Google, a Alibaba e outros anónimos, perfazendo um total que ronda já os 3,2 mil milhões de dólares desde que foi revelado.

Agora a Magig Leap deu um novo "salto" com a disponibilização das primeiras ferramentas de desenvolvimento para o seu sistema, antecipando-se mesmo à apresentação formal do periférico Magic Leap One, que é apontado para um valor de 1.000 dólares

As expectativas para o mercado de realidade aumentada e realidade virtual são grandes. O ano de 2018 poderá mesmo estar ligado a uma nova geração de sistemas de realidade aumentada, ou realidades mistas, como são agora apelidadas, estando na liderança o Facebook com o seu Oculus GO (do qual se espera uma apresentação pública no dia 1 de maio), o HoloLens da Microsoft, e a Apple. Recentemente a Lenovo apresentou uma demonstração de Star Wars: Jedi Challenges no seu sistema Mirage AR que reacendeu o interesse pela realidade aumentada. Mas há mais fabricantes na corrida, como a Acer, Asus, Dell, Fujitsu, HP e Samsung que esperaram pelo amadurecimento da tecnologia. E à boleia, irão continuar a surgir novas soluções de realidade virtual, como o HTC Vive Pro e eventual nova geração de Oculus Rift.

Segundo a IDC, os periféricos de realidade aumentada e virtual irão crescer cerca de 53,5 porcento nos próximos cinco anos, estimando-se quase 69 milhões de unidades instaladas no mercado. Já em 2018, espera-se atingir os 12,8 milhões de unidades.

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Em relação ao Magic Leap, e apesar do enorme investimento, pouco foi mostrado para além de vídeos com demonstrações curiosas do potencial da tecnologia. Os adiamentos têm levado os analistas a duvidar se realmente a empresa conseguirá lançar um produto que vá de encontro às expetativas geradas.

Atualmente, a tecnologia de realidade aumentada necessita de um intermediário, seja um smartphone ou um PC, para se concretize a interação do utilizador e o meio virtual. Sistemas como o Magic Leap libertam as mãos dos utilizadores para uma manipulação mais natural e orgânica das interfaces, sejam eles software de produtividade ou de entretenimento.

A linha entre a realidade e ficção é ténue, mas o potencial, a concretizar-se é enorme e com impacto direto no quotidiano das pessoas. Imagine o processo de comprar uma casa. Através da realidade aumentada pode projetar os acabamentos, desde as cores das divisões ou a disposição dos móveis. O mesmo para experimentar roupa nas lojas em “espelhos mágicos” sem a necessidade de realmente a vestir, ou mesmo serviços de maquilhagem e pintura de cabelo. Já para não falar na área do entretenimento, expandindo as experiências que já existem no mercado, como por exemplo Pokémon GO.

Os grandes "cérebros" de Silicon Valley acreditam que a habilidade de fundir imagens digitais realísticas no mundo físico será a próxima fronteira na computação. E para isso acontecer, os periféricos, leia-se os headsets, necessitam de ser apelativos e cada vez mais dissimulados nos óculos banais do dia-a-dia. Mas isso apenas deve acontecer mais tarde.

De forma a meter o dedo no ar e dizer “presente”, a Magic Leap disponibilizou as primeiras ferramentas de desenvolvimento para o seu sistema, antecipando-se mesmo à apresentação formal do periférico Magic Leap One, que é apontado para um valor de 1.000 dólares. O Creator Portal contém mais informações técnicas para o sistema, guia das melhores práticas, acesso à comunidade, um simulador e o LuminSDK, a ferramenta para produzir aplicações para o dispositivo, que segundo o site é compatível com alguns dos motores mais utilizados na indústria dos videojogos, como o Unreal e o Unity. A empresa vai ainda disponibilizar uma loja de aplicações, a Magic Leap World, onde os produtores podem colocar as suas criações à venda diretamente aos utilizadores.

O facto do Magic Leap já ter aberto as portas a terceiros para a criação de aplicações é um forte indicador de que realmente 2018 será o ano do lançamento do dispositivo. Ou pelo menos, colocar na mesa as cartas com os planos para o futuro da tecnologia.

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