Ao longo dos seus 45 anos de história, a Microsoft dedicou-se ao desenvolvimento de múltiplas soluções tecnológicas além da aposta no sistema operativo Windows. Algumas ideias acabaram por “vingar” melhor do que outras e há um programa que estará decerto na mente da vasta maioria dos utilizadores como porta de entrada para o mundo da Word Wide Web.
A 16 de agosto de 1995, ainda no advento da Internet como a conhecemos hoje, a gigante tecnológica lançou o Internet Explorer. 25 anos depois, o browser que outrora ficou como o “rei” das aplicações de acesso à web acabou por se tornar numa espécie de “piada” entre os internautas.
No entanto, a sua memória permanece e, para assinalar a data, o SAPO TEK reuniu alguns dos momentos mais marcantes da história do browser da Microsoft.
Clique na galeria para conhecer a evolução do Internet Explorer
A “guerra” contra o Netscape e a ascensão do Internet Explorer
Ainda antes dos seus tempos áureos, o browser original da Microsoft enfrentou uma feroz concorrência do Netscape Navigator. O navegador criado por Marc Andreessen e Jim Clark em 1993 acabou por se tornar no primeiro browser a ganhar popularidade entre o público.
Dois anos após a sua criação, o Netscape já detinha 90% do mercado. Embora algumas empresas fornecedoras de acesso à Internet (ISP) oferecessem o programa gratuitamente, mediante a adesão a um plano de Internet, o browser era pago, custando cerca de 49 dólares.
A Microsoft não queria “perder terreno” e revelou ao mundo a sua própria aposta. É verdade que a primeira versão do Internet Explorer tinha múltiplos bugs, no entanto, ao contrário do Netscape, era gratuita, sendo disponibilizada através de updates. Mais tarde, a Microsoft decidiu incluí-la em todas as versões do sistema operativo a partir do Windows 95.
Assim, o reinado do Netscape durou até 1998, altura em que o Internet Explorer conseguiu vencer a “guerra dos browsers” e tomar o primeiro lugar do “pódio”. Mas a popularidade do browser não foi bem aceite por todos, que o diga o Departamento de Justiça dos EUA (DOJ).
Nesse ano, o DOJ abriu uma investigação antitrust à Microsoft, com o Governo de Bill Clinton a acusar a empresa de se aproveitar da sua posição dominante no mercado para esmagar a concorrência. O caso correu a imprensa internacional e embora o juíz Thomas P. Jackson tenha decidido inicialmente que a Microsoft teria de ser dividida em dois, com uma das partes a cargo do desenvolvimento de software, a gigante tecnológica apelou da decisão.
No final, a Microsoft e o DOJ “fizeram as pazes” e conseguiram chegar a um acordo. Entretanto, a popularidade do navegador da Microsoft atingiu o seu pico em 2004, onde chegou a contar com uma quota de cerca de 95%.
A queda e o “renascimento” através do Edge
Costuma dizer-se que “quanto mais alto, maior a queda” e, com a entrada do Firefox da Mozilla, em 2002, e a do Chrome da Google, em 2008, o império do Internet Explorer começou a diminuir a par e passo.
O "fantasma" das investigações antitrust voltou em 2013, com a Comissão Europeia a passar uma multa de 561 milhões de euros à Microsoft por não ter cumprido o acordo estabelecido com os reguladores de concorrência europeus.
O entendimento estabelecido entre as partes foi assinado em 2009 e tinha duração prevista até 2014, mas no entender dos responsáveis do organismo europeu a Microsoft falhou ao não oferecer uma hipótese de escolha no Windows 7 com Service Pack 1 entre maio de 2011 e julho de 2012.
À medida que a popularidade do Internet Explorer diminuía, a Microsoft apercebeu-se que tinha de mudar de estratégia. Em 2015, a empresa anunciava que o browser tinha os dias contados e que surgiria em breve uma versão alternativa.
O Microsoft Edge queria ser o concorrente direto do Google Chrome. No entanto, em 2018, a tecnológica admitiu o fracasso e focou-se na produção do “irmão” do Chrome como browser nativo do Windows 10.
O novo e melhorado Edge surgiu em 2020, passando a estar disponível em mais de 90 línguas para Windows 7, 8 e 10, assim como para macOS e até para Android e iOS.
Mas nem o novo Edge conseguiu atingir a mesma popularidade do seu predecessor e luta pela sua quota num mercado dominado pela aposta da Google. Recorde-se que, em 2019, o Chrome 2019 era utilizado por 70,71% dos utilizadores. Na segunda posição está o Firefox, com 9,76%, seguindo-se o Safari, o navegador desenvolvido pela Apple, com 5,03%.
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