A pandemia de COVID-19 levou o setor do turismo a uma quase paralisação, com medidas de confinamento a serem impostas pelos governos em todo o mundo em prol da saúde pública. Imagens de satélite capturadas pela missão da Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) Copernicus Sentinel-2 mostram embarcações ancoradas, numa realidade que demonstra os tempos excecionais que vivemos.

Um pouco por todo o mundo os aviões não têm levantado, com a ESA a falar numa "batalha de sobrevivência”, tendo em conta as muitas restrições às viagens ainda em vigor. Imagens da missão Copernicus Sentinel-2 mostram os inúmeros aviões estacionados nas pistas, mesmo em aeroportos remotos, como Alice Springs, na Austrália.

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Por vezes, as instalações de armazenamento dos aeroportos são chamadas de cemitérios, visto que as companhias aéreas enviam aeronaves na "reforma" para o deserto. Esses cemitérios costumam estar localizados em locais secos e áridos, tendo em conta que os aviões podem ser preservados em condições favoráveis antes de retomarem o serviço ou de serem reutilizados.

O aeroporto de Teruel, em Espanha, foi construído com esse objetivo em mente. De acordo a Reuters, o aeroporto tem como "hóspedes" cerca de 100 aviões e o número de aeronaves que chegam por semana para estacionar no aeroporto duplicou desde o início da pandemia.

Veja as imagens captadas pela missão Copernicus Sentinel-2 de aviões parados na Austrália, França, Estados Unidos e Espanha em maio de 2020.

Imagens captadas pela missão Copernicus Sentinel-2  de aviões parados na Austrália, França, Estados Unidos e Espanha em maio de 2020

Outro sector fortemente afetado pela pandemia tem sido a indústria de navios de cruzeiros. A baía de Manila, nas Filipas, por exemplo, foi transformada num "parque de estacionamento" para navios. Nesta animação, cerca de 20 embarcações podem ser vistas ancoradas na costa da baía de Manila, com uma sequência de imagens capturadas a 22 de abril, 2 de maio e 22 de maio.

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20 embarcações ancoradas na costa da baía de Manila, com uma sequência de imagens capturadas a 22 de abril, 2 de maio e 22 de maio

Como as imagens de satélite estão a ser utilizadas em plena pandemia

Ainda recentemente, uma empresa do Canadá e o Instituto Espacial da Holanda divulgaram os primeiros resultados de uma investigação que está a analisar emissões de metano desde 2019, sem esquecer o período da pandemia. A equipa analisou concentrações entre março e abril deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado, "num esforço para avaliar o impacto das atividades relacionadas com COVID-19 nas emissões de metano”. Uma análise inicial desses dados sugere um aumento substancial nas concentrações deste gás em 2020, quando comparado com 2019.

Em plena pandemia de COVID-19, o planeta Terra tem notado melhorias significativas em alguns aspetos. Dados do satélite Copernicus Sentinel-5P mostravam já em abril quebras do nível de dióxido de nitrogénio de 45-50% em comparação ao período homólogo do ano passado. No início desse mês, o mesmo satélite confirmava uma melhoria da qualidade do ar em Portugal entre 10 e 28 de março, numa altura em que o Governo já tinha decretado Estado de Emergência.