A continuidade do isolamento devido à pandemia da COVID-19 tem permitido à Europa “respirar” e recuperar um pouco dos “pulmões” com a descida acentuada da poluição. O satélite Copernicus Sentinel-5P registou um continuado decréscimo das concentrações de dióxido de nitrogénio pela Europa. Comparado ao mesmo período de 2019, a descida dos valores representa mesmo uma queda de 45-50%.

Segundo os cientistas da KNMI (Royal Netherlands Meteorological Institute) que estão a monitorizar a poluição do ar na Europa nos últimos meses através do satélite Copernicus, as cidades de Madrid, Milão e Roma desceram cerca de 45%. Paris foi a cidade que mais viu a poluição baixar, para 54%, durante este período de quarentena.

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As fábricas e veículos são as principais fontes de emissão de dióxido de nitrogénio, que têm um grande impacto na saúde humana, a nível respiratório. No entanto, os especialistas referem que as suas concentrações na atmosfera variam de dia para dia e relativo às condições meteorológicas. Por isso, a vigilância tem sido medida através de dados recolhidos ao longo dos últimos meses.

“Há variações consideráveis do estado do tempo em todos os países de um dia para o outro, criando um grande impacto na dispersão do dióxido de nitrogénio”, salienta Henk Eskes da KNMI. Por isso, todos os mapas que têm sido divulgados têm um período de um mês e com um grau de incerteza na ordem dos 15%.

Também a Descartes Labs recorreu a dados de satélites para mostrar as diferenças na qualidade do ar nos Estados Unidos entre março deste ano e de 2019. De acordo com os dados, entre março e a primeira semana de abril deste ano os níveis de poluição por NO2 diminuíram 33% em Los Angeles, o Estado onde a percentagem é mais elevada. Em Nova Iorque a descida foi de 22%, em Seattle de 19% e em Denver de 15%, comparando com o mesmo período de 2019.