É inaugurado hoje o maior radiotelescópio do mundo. Localiza-se no deserto de Atacama, no Chile, a cinco mil metros de altitude e chama-se ALMA (Atacama Large Millimeter/Submillimeter Array).



O projeto junta europeus, norte-americanos e leste asiático - que abdicaram de três projetos individuais e idênticos em favor de um projeto global de maior dimensão - e foi desenvolvido ao longo dos últimos dois anos.



A estrutura é constituída por 66 radiotelescópios que captam informação em conjunto, funcionando como um só a observar os objetos frios do universo, como estrelas, galáxias ou sistemas planetários. No suporte está um supercomputador com 134 milhões de processadores, capaz de realizar 14 mil biliões de operações de cálculo por segundo.



A estrutura vai estudar o universo a um nível que até agora não era possível. Como explica José Afonso, diretor do Centro de Astronomia e Astrofísica, Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, num vídeo publicado site da instituição, este é o telescópio das origens. A informação que recolher vai ajudar a explicar a origem das galáxias, do universo, dos planetas e da própria vida.



Portugal, como membro do Observatório Europeu do Sul está na lista de países com acesso à nova estrutura e o centro português da UL tem vindo a preparar projetos de investigação com esse objetivo.

O local escolhido para fixar o ALMA é uma opção frequente para observações astronómicas por reunir das melhores condições do mundo para o fazer. O facto de ser uma das regiões mais secas do planeta garante níveis mínimos de vapor de água, uma condição ideal para garantir boas observações.



No site oficial do projeto é possível descobrir mais informação sobre a iniciativa, ver informação recolhida ou fazer uma visita virtual à zona escolhida para este supertelescópio. O TeK fez e partilha algumas imagens.

Veja também o vídeo publicado pelo Centro de Astronomia e Astrofísica, Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa para explicar o que é o ALMA e qual o impacto que pode vir a ter nos conhecimentos sobre o universo. José Afonso admite que o telescópio venha revolucionar o conhecimento em astronomia.





Nota de redação: Foi corrigida uma troca de letras no desdobramento das siglas ALMA.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Cristina A. Ferreira