Compreender como o corpo humano reage e lida com a microgravidade é o foco de muitas das experiências realizadas a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS) pelos astronautas, nomeadamente as relacionadas com a condição física.

Mais até do que na Terra, é essencial que quem vive no espaço tenha uma rotina de exercício diário, pelos desafios de saúde únicos colocados devido à falta de gravidade, isolamento e exposição à radiação. Acompanhar o desempenho do corpo, especialmente durante o exercício, é uma das formas de perceber como encontrar as melhores a melhor resposta, e é nesta parte que Andreas Mogensen vai ajudar.

Dormir (na Terra) nem sempre é fácil, imagine no Espaço. ESA quer descobrir a melhor forma
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Além de estar a tentar perceber a melhor forma de dormir no espaço, durante a sua missão Huginn o astronauta da ESA fará sempre exercício com um pequeno dispositivo preso ao peito, de nome SpaceWear.

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SpaceWear créditos: Danish Aerospace Company

Do tamanho de um relógio, o SpaceWear servirá para monitorizar uma série de indicadores de saúde, como a frequência cardíaca e sua variação, a frequência respiratória, a orientação e o movimento do corpo e a temperatura da pele. Tudo isso 1.000 vezes por segundo, possíveis graças a uma autonomia de bateria de 10 horas.

“Já existem dispositivos de monitorização de saúde em uso na Estação Espacial Internacional, mas o SpaceWear é diferenciador pela qualidade dos dados medidos”, garante Thomas Andersen, CEO da Danish Aerospace Company, que desenvolveu o dispositivo, citado no comunicado da ESA.

O SpaceWear terá sido projetado para ambientes extremos, prevendo-se que os testes feitos por Andreas Mogensen na ISS possam abrir o leque de aplicações para situações perigosas, com os dados fornecidos pelo dispositivo a ajudarem o pessoal médico a dar resposta aos problemas de saúde e encontrar forma de evitá-los.

Recorde-se que Andreas Mogensen chegou no passado dia 27 de agosto à ISS como piloto da Crew-7, juntamente com Jasmin Moghbeli, da NASA, Satoshi Furukawa da JAXA e Konstantin Borisov, da Roscosmos.

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Apesar das rotinas diárias de exercícios, a atrofia muscular e óssea dos astronautas no espaço é uma preocupação crítica e é nesse sentido que a ESA tem em curso o programa SciSpacE, onde neste momento está a investigar a estimulação elétrica como uma potencial contramedida, tendo já tem planeada a realização de testes a bordo da ISS.

Uma das peças centrais desta experiência é a "Estimulação Muscular", que consiste em aplicar descargas elétricas controladas aos músculos das pernas, com o objetivo de aumentar a massa muscular, força e recuperação.

A ESA explica os objetivos das atividades SciSpacE e detalha a experiência num vídeo partilhado recentemente.

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