Os dados de vários registos mostram que o aquecimento dos últimos dois anos pode estar taco a taco, mas está muito acima de tudo o que foi visto em anos anteriores, incluindo os de forte impacto do El Niño”, explica Gavin Schmidt, diretor do Instituto Goddard para estudos do espaço (GISS), que pertence à NASA . “Esta é uma indicação clara do contínuo aquecimento do clima provocado pelo homem”.

A agência espacial norte americana (NASA) divulgou novos dados que confirmam uma subida de 0,1 graus Celsius na temperatura de junho, julho e agosto, ultrapassando por pouco os mesmos meses de 2023. 

O verão de 2024 foi 1,25ºC mais quente do que a média do verão entre 1951 e 1980, e só o mês de agosto registou uma temperatura 1,3ºC acima da média indica o relatório divulgado, que contou com a validação de analistas e que agrega dados de 145 anos de medições de temperatura no planeta.

Veja as imagens e gráficos partilhados pela NASA

Agosto é o 15º mês consecutivo a ultrapassar recordes

Os registos do GISS Surface Temperature Analysis (GISTEMP), da temperatura do ar à superfície, são recolhidos por dezenas de milhares de estações meteorológicas, que se somam a instrumentos em boias e navios para analisar a temperatura da superfície do mar. As anomalias são calculadas e os investigadores consideram os diferentes ambientes, e o impacto das zonas urbanas no aquecimento.

Uma nova investigação que conta com cientistas da Escola de Minas do Colorado, da National Science Foundation, e da National Atmospheric and Oceanic Administration (NOAA), sustenta os dados da NASA, que já foram disponibilizados em datasets abertos para outros investigadores. A informação foi também validada pelo Copernicus Climate Change Service, o serviço europeu que usa dados de satélite, que refez os cálculos anteriores.

A NASA refere que há uma base de incerteza nos dados históricos recolhidos devido à localização das estações meteorológicas, com influências do ambiente, mas a nova análise já reduz o impacto destas alterações.

O ano de 2023 continua a ser considerado o mais quente de sempre, no ranking da NASA, mas ainda faltam alguns meses para 2024 terminar. Segundo os dados partilhados, há 97% de possibilidades de este ano ultrapassar os recordes registados em 2023.