Vem aí a segunda fase de atividade do Grande Colisionador de Hadrões (LHC na sigla em inglês), aquele que é o maior acelerador de partículas do mundo. Depois de ter conseguido cumprir a sua primeira grande missão - encontrar o bosão de Higgs, também conhecida como "partícula de Deus" - seguem-se desafios de grande escala.

De acordo com a informação revelada na quinta-feira, 12 de março, pelo Laboratório Europeu de Física de Partículas (CERN na sigla em inglês), o objetivo passa agora por conseguir produzir o bosão de Higgs com o dobro da massa, para que se possa analisar melhor o comportamento posterior à sua aparição.

Para isso será necessário gerar duas vezes mais energia no LHC, o motivo que levou o "monstro" subterrâneo de 27 quilómetros a estar dois anos em manutenção. Até ao final desta primavera os cientistas esperam atingir os 13 teraeletrões-volt de energia (TeV).

Este valor, apesar de parecer pequeno, é astronómico: são 1,60x10-19 joules, uma grande quantidade de energia libertada através do choque de partículas. O CERN publicou inclusive uma simulação do que espera conseguir quando atingir este estado da investigação:

O LHC vai entrar em funcionamento ainda este mês, de acordo com os planos do CERN, e terá também como nova missão outras procurar partículas que estejam associadas aos primeiros tempos do universo.

O detetor ALICE, por exemplo, terá à sua responsabilidade a tentativa de encontrar provas de existência do plasma de gluões e quarks, uma matéria que terá existido logo a seguir ao Big Bang e que conteria uma mistura de partículas que viajavam na sua maioria à velocidade da luz.

Ainda esta semana o TeK tinha destacado um vídeo filmado por um drone e que mostrava uma perspetiva única sobre o detetor ALICE, um dos núcleos de análise do LHC.


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