Desde há algum tempo que a comunidade científica anda a avisar que o Sol estará a preparar um pico de atividade para breve, antecipando explosões solares mais comuns com estragos mais significativos. Dados partilhados recentemente parecem confirmar a tendência.
Novos relatórios dão conta da descoberta de três manchas solares, todas classificadas como “classe delta”, de tão ativas e instáveis que se apresentam. Foram denominadas como AR3181, AR3182 e AR3183, e atualmente estão todas viradas para a Terra.
Apesar da distância entre o Planeta Azul e o Astro-Rei, estas erupções solares podem causar estragos no campo magnético da Terra, levando, por exemplo, a interrupções nos sinais de GPS ou a interferências com dispositivos eletrónicos.
Mais complicado será se as manchas solares agora identificadas provocarem explosões de classe X, as maiores na tabela de classificação, capazes de levar a tempestades de radiação de longa duração na atmosfera superior, originando apagões rádio em todo o mundo.
Felizmente, e de acordo com o Spaceweather.com, a hipótese de isso acontecer é de apenas 25%. Já a probabilidade de desencadearem explosões solares de classe M – ou seja, de intensidade média – cresce para os 40%, podendo significar breves apagões de rádio nas regiões polares da Terra.
As explosões solares mais perigosas também têm associado um número, além da letra X. Foi o caso da registada em abril de 2022, que levou “nota” X2.2.
Traduzido por miúdos, a letra “X” refere-se ao nível mais elevado entre os três que categorizam este tipo de fenómeno, sendo que o número acrescenta mais informação sobre a sua “força”: um X2 é duas vezes mais intenso do que um X1, um X3 é três vezes mais intenso e assim sucessivamente.
Na galeria de imagens pode ver os registos das explosões de abril de 2022
Mais recentemente, imagens recolhidas pela Solar Orbiter ajudaram a descodificar mais um mistério relacionado com o Sol. Desta vez, pistas sobre a origem de um fenómeno magnético e sobre como o seu processo de formação física pode ajudar a acelerar o vento solar. O fenómeno já tinha sido identificado como switchback solar, ou interruptor, em português.
A Solar Orbiter conseguiu captar a primeira imagem da história de uma destas oscilações bruscas, na direção de campo magnético na coroa solar. “A nova observação fornece uma visão completa da estrutura, neste caso confirmando que assume a forma de S”, como já previam os cientistas. A ESA acrescenta que “a perspectiva global fornecida pelos dados do Solar Orbiter indica que estes campos magnéticos em rápida mudança podem ter a sua origem perto da superfície do Sol”.
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