Aquele que é considerado o foguetão mais poderoso do mundo até à data ligou os seus 33 motores para voar de novo, mas ainda não foi desta que a nave espacial a que dá boleia cumpriu a missão a que estava proposta. Ainda assim, foi prova superada (no geral) para a SpaceX.

O Super Heavy arrancou bem, com a Starship a tiracolo (ou será mais ao contrário), mas acabou por explodir com cerca de nove minutos de voo, a 148 quilómetros de altitude, enquanto voava a 24.124 km/h.

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Teve tempo, no entanto, para entrar em órbita, para a separação dos dois estágios do sistema e para o segundo estágio ainda comseguir seguir viagem por uns minutos, num avanço considerável face ao que tinha acontecido com o teste anterior. Veja o vídeo do momento, publicado pela SpaceX.

O Super Heavy e a Starship tinham voado pela primeira vez em abril deste ano, mas aquela que seria a estreia do sistema espacial terminou minutos após o lançamento, quando uma anomalia causou a destruição do foguetão e da nave no ar.

O sistema conseguiu levantar voo, apesar de um pequeno solavanco que fez atrasar a contagem decrescente durante uns segundos. No entanto, nem tudo correu como esperado: a Starship acabou por se "desmanchar" inesperadamente, explodindo antes da separação dos estágios.

Desde essa altura que a SpaceX tem vindo a realizar uma série de testes de motor e de resistência da plataforma de lançamento, nas instalações da SpaceX em Boca Chica, afetada pela força do arranque e consequente explosão.

Super (foguetão) Heavy mais perto de ser lançado. SpaceX quer pôr Starship a voar de novo em 2023
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Depois dos vários testes que tem vindo a fazer, a SpaceX dizia que a Starship estava pronta para voar de novo e estrear-se nas viagens orbitais. Antes de voltar às tentativas teve de aguardar pelas aprovações da revisão de segurança pela Administração Federal de Aviação (FAA), que chegaram no início deste mês.

Nessa altura a empresa para o espaço gerida por Elon Musk afirmou que o objetivo era pôr o sistema Starship a voar de novo ainda este ano, logo que a FAA “soltasse” a única autorização que ainda faltava, relativa avaliação ambiental do impacto do lançamento. E foi isso mesmo que aconteceu.

Desta vez o foguetão passou os 39 quilómetros de altitude onde tinha explodido anteriormente. Muito pouco tempo depois, o primeiro estágio separou-se com sucesso, mas acabou por rebentar logo a seguir, quando devia regressar para pousar na Terra.

O segundo estágio seguiu viagem, mas perdeu o sinal cerca de nove minutos após o habitual desligar dos motores, algo que costuma ser programado para a realização de um voo em órbita.

A SpaceX vê o resultado geral do teste pela positiva, tendo comemorado o voo em si a o facto de o foguetão ter levado a nave até ao ponto desejado. “Vimos a separação, vimos a luz dos motores Raptor”, disse a empresa durante a transmissão do voo. “Vamos usar estes dados para entender como melhorar o lançador”, acrescentou.