A Nebulosa da Tarântula, um dos lugares mais fascinantes do universo próximo, volta a surpreender com uma nova imagem captada pelo telescópio espacial Hubble.

Localizada a cerca de 160.000 anos-luz de distância, na Grande Nuvem de Magalhães, esta região é um autêntico berçário estelar, abrigando as estrelas mais quentes e massivas já conhecidas.

Com as suas nuvens de gás colorido e emaranhados de poeira, a Nebulosa da Tarântula faz jus ao seu nome, revelando estruturas que lembram as pernas de uma aranha gigante.

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A mais recente imagem publicada pela NASA e pela ESA destaca a poeira cósmica, um ingrediente essencial para a formação de estrelas e planetas. Ao contrário da poeira comum que encontramos na Terra, composta por partículas como pele, cabelo e plástico, a poeira cósmica é feita de moléculas como os silicatos e o carbono.

Os cientistas usam imagens como esta para estudar as propriedades da poeira cósmica e o seu papel na formação de novos corpos celestes.

Apesar do seu tamanho microscópico, os grãos de poeira desempenham funções cruciais: ajudam a arrefecer nuvens de gás para que possam colapsar em estrelas, facilitam a criação de novas moléculas e até iniciam a formação de planetas.

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Esta não é a primeira vez que o Hubble nos brinda com vistas deslumbrantes da Nebulosa da Tarântula. Em 2012, o telescópio captou uma imagem detalhada do coração da nebulosa, revelando um aglomerado estelar jovem e massivo conhecido como R136. Este aglomerado contém algumas das estrelas mais massivas já observadas, com massas que podem ultrapassar 100 vezes a do Sol. As observações permitiram aos astrónomos estudar a formação e evolução de estrelas em ambientes extremos.

Mais recentemente, em 2023 voltou a apontar suas lentes para a Nebulosa da Tarântula, desta vez focando nas suas regiões periféricas. Estas áreas, embora menos estudadas, são fundamentais para compreender como as interações entre o gás, a poeira e as estrelas jovens influenciam a formação estelar em larga escala. As imagens revelaram estruturas complexas de gás ionizado e filamentos de poeira, oferecendo novas pistas sobre os processos que moldam as regiões de formação estelar.

Veja na galeria registos da Nebulosa da Tarântula feitos pelo Hubble

A Nebulosa da Tarântula foi registada pela primeira vez em 1751, pelo astrónomo Nicolas-Louis de Lacaille, mas continua a fascinar gerações. Com a ajuda de telescópios como o Hubble e o James Webb, permite mergulhar mais fundo nos seus mistérios, explorando um laboratório natural onde as teorias da formação estelar ganham vida, destaca a NASA.

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