A Inteligência Artificial tem o potencial para abrir novas possibilidades, incluindo em áreas como a da segurança. Para perceber como a tecnologia está a impactar o sector, e de que forma pode ser implementada, o SAPO TEK falou com Marta Alves, responsável de IT da Securitas Direct.

A responsável detalha que a inclusão da tecnologia, em especial nas câmaras de vigilância, permite uma maior precisão, sobretudo no que toca à identificação de ameaças, o que permite, por sua vez, que os consumidores estejam mais informados acerca do que se está a passar nos espaços que querem manter protegidos.

No caso da Securitas Direct, a tecnologia incluída nas câmaras de segurança Arlo permite fazer a distinção entre pessoas, objetos e veículos no local que está a ser protegido, o que Marta Alves vê como uma das grandes vantagens para os consumidores, que ficam a saber que “quando recebem uma notificação é mesmo algo importante”, sem serem “inundados” por informação que não é relevante.

Proteger os locais e as pessoas: Como a inteligência artificial pode impulsionar o sector da segurança
Marta Alves, da responsável de IT da Securitas Direct.

Para a responsável, a inclusão de inteligência artificial nos sistemas de segurança abre novas portas no que toca à identificação de ameaças, sendo esta uma área onde a empresa tem vindo a trabalhar, além de uma tendência crescente que é possível notar neste mercado.

No entanto, Marta Alves reconhece que, à medida que a tecnologia evolui, surgem questões importantes e que levantam também preocupações, como a utilização de reconhecimento facial e os riscos que este tipo de soluções acarretam a nível de privacidade e segurança.

A Securitas Direct tem vindo a manter-se a par não só das tendências do mercado da segurança, mas também do mundo da tecnologia, tal como a crescente popularidade de soluções que recorrem a modelos de inteligência artificial generativa, como o ChatGPT da OpenAI.

Embora admita que, para já, ainda não existam planos para a implementação deste tipo de tecnologia, a responsável afirma que “é um tema a que a Securitas Direct se mantém atenta”. “Ainda temos de analisar. É algo bastante recente e é necessário ter em atenção que há toda a questão da tecnologia em cima”, detalha, acrescentando que seria preciso perceber como é que a tecnologia se poderia aplicar às soluções da empresa e em que funcionalidades poderia ser utilizada.

"Não protegemos só os sítios, protegemos as pessoas”

Para lá das câmaras Arlo com um sistema de análise inteligente de imagem, que passaram a fazer parte do leque de soluções de segurança da Securitas Direct através da aquisição da Arlo pela Verisure em 2021, Marta Alves indica que outra das tecnologias que se destacam é o sistema de Anti-inibição utilizado no alarme Sentinel.

O alarme recorre à rede ATN da Securitas Direct, permitindo detetar se um intruso está a utilizar algum dispositivo inibidor de frequências nas proximidades nos espaços que estão a ser protegidos.

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Em destaque estão também os alarmes com tecnologia PreSense™, que combinam mecanismos avançados de deteção, com inteligência artificial e modelos preditivos, prometendo uma reação mais rápida em situações de risco.

“O novo sistema de alarme que lançamos, com o PreSense™, abre-nos todo um mundo de possibilidades que podemos fazer. Com a introdução do Guardian, mudámos um pouco a nossa filosofia: não protegemos só os sítios, protegemos as pessoas”, enfatiza Marta Alves

O sistema Guardian Verisure, que, além de funcionar como um localizador GPS de pessoas para casos de emergência, dando aos utilizadores a possibilidade de pedirem ajuda através do smartphone, “oferece uma proteção pessoal”, explica. “O que queremos é trabalhar depois sobre isso, ou seja, proteger as pessoas, proteger as famílias, ver tecnologias que podemos ter para identificar melhor e cada vez mais os riscos”.

Marta Alves realça que, por trás das inovações introduzidas, há todo um trabalho feito por uma equipa de desenvolvimento, focada na criação de novas funcionalidades e produtos, que vão chegando aos países em que a empresa está presente e sendo adaptados para um funcionamento adequado com as respetivas redes.

A privacidade é uma preocupação, tanto para os consumidores como para a Securitas Direct. Segundo a responsável, esta questão é “um dos pilares” da empresa, que tem vindo a reunir esforços e a tomar medidas para, por exemplo, assegurar que os “acessos às câmaras não são feitos indiscriminadamente”.

Garantir a segurança da informação é também “cada vez mais uma preocupação” para a empresa, tendo em conta que Portugal não está a salvo do mundo do cibercrime, como o último ano o demonstrou. “O nosso objetivo é estar sempre um passo à frente dos cibercriminosos”, salienta Marta Alves.

Aproveitar todas as possibilidades que as novas tecnologias trazem é, como salienta a responsável, uma das prioridades da Securitas Direct, seja no que respeita à Inteligência Artificial, mas também da nova geração de redes móveis, para impulsionar melhorias e uma maior eficácia na proteção.