O telescópio espacial Hubble acaba de enriquecer o seu já bastante farto álbum de imagens cósmicas de grande beleza. O protagonismo, desta vez, pertence à galáxia JO206, cujo formato faz lembrar o de uma caravela-portuguesa, também conhecida como medusa.

JO206 está localizada na constelação de Aquário, a mais de 700 milhões de anos-luz de distância da Terra.

A imagem captada pelo Hubble mostra o corpo principal da galáxia como um disco colorido cercado por uma nuvem de poeira crescente. Seguem-na filamentos de material, muito parecidos com os tentáculos da criatura marinha da qual toma o nome.

Os filamentos das galáxias medusas são formados pela interação entre as galáxias e o intra-aglomerado médio, um tênue plasma superaquecido que permeia os aglomerados de galáxias. À medida que as galáxias se movem através de aglomerados de galáxias, elas colidem com o intra-aglomerado médio, que retira o gás das galáxias e o atrai para os longos tentáculos da formação estelar, explica a NASA.

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Estes tentáculos dão aos astrónomos uma oportunidade única de estudar a formação de estrelas em condições extremas, longe da influência do disco principal da galáxia. Surpreendentemente, o Hubble revelou que não há diferenças marcantes entre a formação de estrelas nos discos das galáxias do tipo medusa ou caravela-portuguesa e a formação de estrelas nos seus tentáculos, o que sugere que o ambiente de estrelas recém-formadas tem apenas uma influência menor na sua formação.

Lançado a 24 de abril de 1990 pela NASA e pela ESA, o Hubble continua a ser uma ferramenta vital para os astrónomos. O telescópio espacial fez muitas descobertas nas últimas três décadas, incluindo a primeira evidência direta da matéria escura, a medição da taxa de expansão do universo e a deteção de milhares de exoplanetas orbitando outras estrelas.

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O 33º aniversário do telescópio espacial foi celebrado com um vídeo