A tempestade solar mais poderosa de sempre pode ter acontecido há 14.300 anos, de acordo com evidências encontradas em troncos de árvores antigas nos Alpes franceses, por uma equipa de cientistas. O evento terá sido quase duas vezes mais forte do que outras grandes tempestades solares conhecidas

O estudo analisou 140 troncos de árvores enterrados numa margem do rio Drouzet, que revelaram um pico sem precedentes nos níveis de radiocarbono, ou carbono-14, um isótopo radioativo.

Os troncos das árvores, que são subfósseis - restos cujo processo de fossilização não está completo -, foram cortados em pedaços minúsculos para permitir a análise dos seus anéis de crescimento.

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Ao comparar os níveis de radiocarbono com medições de berílio, um elemento químico encontrado em núcleos de gelo da Gronelândia, os investigadores sugerem que o pico foi causado por uma enorme tempestade solar que terá projetado volumes enormes de partículas energéticas para a atmosfera da Terra.

Efeitos de explosão solar já estavam previstos só que atingiram a Terra antes do esperado
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Os resultados sugerem que esta tempestade foi quase duas vezes mais poderosa do que qualquer outra identificada anteriormente, acrescentando-a à categoria conhecida de eventos Miyake.

Um evento desta dimensão nos tempos que correm seria algo catastrófico, pela capacidade de destruição de sistemas de telecomunicações, satélites e redes elétricas, resultando em apagões enormes e generalizados que duraria meses.

De acordo com os investigadores, é incerto se estas tempestades solares massivas seguem algum padrão ou se são sequer previsíveis, mas será importante continuar a estudar este tipo de fenómenos, para proteger as comunicações globais e infraestruturas energéticas no futuro.

A maior tempestade solar registada diretamente, conhecida como Evento Carrington, ocorreu em 1859. Segundo os relatos - uma vez que ainda não havia instrumentos de medição -  causou incêndios, destruiu máquinas de telegráfo e criou uma aurora noturna tão brilhante que os pássaros começaram a cantar, por acharem que o Sol estava a nascer.