A Boeing poderá ser a próxima empresa privada a entrar no negócio dos voos espaciais comerciais. Isto quando conseguir cumprir as etapas necessárias de testes e receber a autorização da NASA. A empresa está há mais de ano e meio a preparar a sua cápsula Starliner, depois de ter falhado o teste em dezembro de 2019 no envio para a Estação Espacial Internacional.

Quando já ia a caminho da ISS, uma anomalia no sistema de contagem decrescente causou uma mudança na sua rota e um consumo de combustível acima do previsto. A NASA acabou por cancelar o trajeto do veículo antes de chegar à ISS, mandando-o para trás. Depois da NASA ter analisado os testes, revelou que o incidente poderia ter assumido um desastre catastrófico, demonstrando preocupação pela falta de rigor dos processos de verificação da Boeing. Ainda assim, manteve-se a confiança no projeto e esperava-se uma nova tentativa em dezembro de 2020, o que não aconteceu.

A próxima data está agendada para a próxima sexta-feira, dia 30 de julho, para um teste não tripulado do Orbital Flight Test-2 (OFT-2) Starliner para a ISS. O teste servirá para validar os melhoramentos e atualizações feitas na cápsula, abrindo portas para um teste pilotado mais para o final do ano. O voo será realizado a partir da estação espacial no Cabo Canaveral e a cápsula será lançada ao espaço a partir de um foguetão Atlas 5.

Se tudo correr como o previsto, a cápsula reutilizável será recebida pelos astronautas da ISS, no módulo Harmony, onde irá ficar durante cinco dias. Esta regressa em direção à Terra, prevendo-se uma descida de paraquedas em White Sands, no Novo México. A cápsula vai testar o sistema de acoplação, assim como o sistema de sensores de encontro, que apesar de poderem ser testados em terra firme, requerem agora o exame final no espaço.

Tal como a SpaceX, a Boeing também tem um contrato comercial com a NASA para levar e trazer astronautas, assim como encomendas para a ISS. Antes das empresas privadas, a NASA dependia apenas da Rússia e a sua cápsula Soyuz para transportes em baixa órbita terrestre.

Na altura em que estava previsto o lançamento da cápsula, em dezembro do ano passado, a NASA explicou que enquanto a Boeing finalizava as restantes atividades de produção, o módulo de tripulação também tinha entrado na fase de testes de aceitação. Também em Houston, a equipa de software estava na fase final do código de voo, depois de analisar os dados do primeiro teste. E há uma equipa independente de revisão, composta por elementos da Boeing e da NASA, que traçou uma lista de 80 recomendações de implementação na cápsula após ter analisado o primeiro voo. 75% das ações já estavam feitas.