Depois do eclipse solar e do cometa do diabo, há uma nova razão para voltar a olhar “para cima”: a chuva de meteoros Líridas. O espetáculo anual está de regresso para mais uma temporada que acontece até ao final do mês.
Apesar de serem uma chuva de estrelas menor, com uma taxa de cinco a 20 meteoros por hora, as Líridas são conhecidas por deixarem rastos luminosos e brilhantes, algumas parecendo autênticas bolas de fogo no céu.
As Líridas derivam da cauda do cometa Thatcher, descoberto em 1861, que está numa órbita de 422 anos em redor do Sol e não retornará ao sistema solar interno até 2283.
É desta forma que todos os anos, na segunda quinzena de abril, a Terra encontra as partículas de poeira que o cometa deixou para atrás, com o pico de atividade geralmente a acontecer de 22 para 23 de abril.
A chuva normalmente oferece entre cinco e 20 meteoros por hora, com a maioria com um brilho respeitável – magnitude 2 –, mas em alguns casos raros transformando-se em “bolas de fogo” muito mais brilhantes.
As Líridas são famosas por alguns surtos inesperados que podem algumas vezes atingir uma taxa de 100 meteoros por hora, como o testemunhado na Flórida e no Colorado, em 1982. Estas manifestações são raras e difíceis de prever, podendo acontecer este ano, como no ano seguinte ou apenas daqui a 50 anos. Esta imprevisibilidade torna as Líridas uma boa razão para se estar atento ao céu noturno.
Não é necessário ter um telescópio para observar uma "chuva de estrelas", mas um céu relativamente escuro fará toda a diferente. Durante os próximos dias, quando o céu estiver completamente escuro, é procurar a constelação da Lira através da sua brilhante estrela Vega e esperar que os meteoros “rasguem” o céu com um rasto brilhante.
Este mês de abril tem sido brindado por vários fenómenos celestes, como o eclipse solar que foi total em num pequeno conjunto de regiões e parcial noutras, como nos Açores, mas que vai acontecer em Portugal em 2026.
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Quem continua a "andar por aí" é 12P/Pons-Brooks, mais conhecido como “Cometa do Diabo”. Embora alguns relatórios sugiram o seu avistamento no século XIV, deve o seu nome ao astrónomo francês Jean-Louis Pons, que o descobriu em 1812, e ao astrónomo britânico-americano William Robert Brooks, que o observou em 1883. Já a alcunha como "Cometa do Diabo" vem dos "chifres" de gás que se formam na sua cauda.
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Pensa-se que este corpo celeste do tipo Halley tenha um núcleo com cerca de 30 km de diâmetro, sendo classificado como um cometa criovulcânico, o que significa que entra em erupção com poeira, gases e gelo quando a pressão aumenta no seu interior, à medida que é aquecido.
Maior do que o Monte Everest, o 12P/Pons-Brooks é um dos cometas mais brilhantes de que há registo e só aparece a cada 71 anos e qualquer coisa.
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