É um dos cometas mais brilhantes de que há registo e só aparece a cada 71 anos e qualquer coisa. Maior do que o Monte Everest, o 12P/Pons-Brooks anda de visita à Terra e neste momento pode ser visto nos países do hemisfério norte, onde Portugal se inclui.

Embora alguns relatórios sugiram o seu avistamento no século XIV, deve o seu nome ao astrónomo francês Jean-Louis Pons, que o descobriu em 1812, e ao astrónomo britânico-americano William Robert Brooks, que o observou em 1883. Já a alcunha como "Cometa do Diabo" vem dos "chifres" de gás que se formam na sua cauda.

Pensa-se que este corpo celeste do tipo Halley tenha um núcleo com cerca de 30 km de diâmetro, sendo classificado como um cometa criovulcânico, o que significa que entra em erupção com poeira, gases e gelo quando a pressão aumenta no seu interior, à medida que é aquecido.

“Vestido” em tons de verde, o 12P/Pons-Brooks tem vindo a ser acompanhado no céu noturno, nomeadamente pelo projeto Virtual Telescope, mas também por astrónomos e astrofotógrafos, que costumam partilhar as suas imagens nas suas contas e websites - como é o caso da comunidade criada pela publicação EarthSky. E entra elas há uma de destaque registada por um português.

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O 12P/Pons-Brooks deverá tornar-se ainda mais brilhante nas próximas semanas, atingindo uma magnitude de 4,5, o que contribuirá para uma melhor visibilidade. Ainda assim, poderá não ser fácil de ver a olho nu, mas nada que uns binóculos ou pequenos telescópios não possam resolver, aconselham os astrónomos. As aplicações que mapeiam o céu também poderão ser úteis.

Neste momento as melhores vistas do cometa têm-se no hemisfério norte até ao final do mês. À medida que se aproxima do seu periélio - o ponto mais próximo da sua órbita do Sol - começará a “desaparecer”. Em junho já só poderá ser visto pelos habitantes do hemisfério sul.