Um grupo de cientistas da Universidade de Coimbra (UC) resolveu um problema sobre o comportamento do xénon, descobrindo que a cintilação, ou brilho, produzida por este gás essencial para estudar neutrinos e detetar matéria escura quando é atingido por Raios-X, eletrões ou partículas alfa, não depende do tipo ou da energia da radiação.

Até agora, diferentes análises apresentavam valores muito variáveis para essa cintilação, o que confundia a comunidade científica. A investigação liderada por Carlos Henriques, Cristina Monteiro e Joana Teixeira mostrou que essas variações eram causadas por incertezas nos métodos experimentais anteriores, menos precisos.

“Este estudo, realizado na FCTUC, mostra inequivocamente que, afinal, o rendimento de cintilação produzido no xénon é independente da natureza da radiação incidente no gás (Raios-X, eletrões ou partículas alfa) e independente da sua energia, tal como previsto pela teoria”, refere-se em comunicado.

Os resultados, publicados no "Journal of Cosmology and Astroparticle Physics", podem ser extrapolados para outros gases nobres, como o krípton e o árgon, revelam os autores.

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A medição precisa deste parâmetro tem um impacto relevante na análise dos sinais obtidos nos detetores de gases nobres, utilizados nos estudos sobre a natureza dos neutrinos e na deteção da matéria escura, concluem os cientistas.