Numa fase inicial, a pandemia de COVID-19 foi apontada como tendo surgido num mercado em Wuhan, na China, em novembro ou dezembro de 2019. No entanto, uma nova investigação da Universidade de Medicina de Harvard sugere que o vírus já podia estar a "circular" antes do momento do surto. A conclusão surge com base em imagens de satélite e nas pesquisas realizadas num motor de busca bastante popular no país, relacionadas com sintomas como "tosse" e "diarreia" na cidade chinesa.
Ao todo foram analisadas 111 imagens de satélite de alta resolução de parques de estacionamento de hospitais em Wuhan entre janeiro de 2018 a abril de 2020. Para além disso, a equipa investigou também consultas realizadas pelos utilizadores no Baidu, o motor de busca dominante na China, sobre vários sintomas, também na cidade chinesa onde a doença surgiu.
Os resultados demonstram uma "tendência ascendente no tráfego hospitalar e no volume de pesquisas, que começou no final do verão e início do outono de 2019", com um aumento acentuado em agosto. "Embora as pesquisas sobre o sintoma respiratório 'tosse' tenham mostrado flutuações sazonais coincidentes com as estações anuais do vírus influenza [gripe normal], a 'diarreia' é um sintoma mais específico da covid-19 e só mostra uma associação com a epidemia atual", pode ler-se no estudo.
Para John Brownstein, um dos autores da investigação, certo é que "alguma coisa estava a acontecer em outubro". O hospital para mulheres e crianças de Hubei, por exemplo, tinha 393 carros no parque de estacionamento a 10 de outubro de 2018 e 714 carros exatamente um ano depois.
Embora a conclusão tenha de ser encarada com cautela, uma vez que não se pode estabelecer com rigor uma relação direta, pode ajudar a compreender melhor teses anteriores. "Embora não possamos confirmar se o aumento do volume esteve diretamente relacionado com o novo vírus, as nossas evidências corroboram outros trabalhos recentes que mostram que a emergência começou antes da identificação no mercado de marisco", acrescenta o estudo.
A verdade é que a tecnologia tem se revelado bastante importante no combate à COVID-19. Tanto no regresso a uma “nova normalidade” nos restaurantes desde às apps de rastreamento, as soluções têm sido várias.
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